A quem interessa o debate entre os candidatos

13/08/2018 12:52

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Romero Vieira Belo

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A campanha eleitoral está aberta com a tradicional temporada de debates. Alguns – apenas os pouco informados – acreditam que debate entre candidatos produz algo positivo, aproveitável. Não produz. Nunca, em época alguma, nasceu em debate um projeto feliz, uma ideia iluminada, enfim, um programa social válido. Aliás, o debate serve, talvez, para melhorar a posição de quem está atrás nas pesquisas de intenção de voto. Candidato precisando de impulso, de decolagem, empresta a esses reptos um valor, uma importância que eles, definitivamente, não têm.

Houve época em que as pessoas eram atraídas, não pelo conteúdo, pela essência dos confrontos, mas pelo embate verbal entre certos candidatos. A troca de ofensas, os ataques pessoais, a virulência oral parecia substituir – e satisfazer a plateia sequiosa por ouvir insultos e provocações – os embates mortais nas arenas romanas. Assessores e aliados dos contendores anunciavam os duelos prometendo tiroteios incríveis, ainda que sem balas.

Essa volúpia por contendas ferinas não acabou. Atualmente, aliás, quando se fala em debate com presidenciáveis, uma parcela do eleitorado fica eletrizada na expectativa de assistir a um massacre em cima do candidato Jair Bolsonaro. Isso ainda existe.

Bom, e se o debate não serve para nada – salvo para dar alguma visibilidade a postulante mal posicionado diante dos eleitores – o que importa no processo eleitoral? O histórico de cada um. É o que mais interessa, é o instrumento mais relevante, porque deixa o eleitor bem informado sobre o que cada candidato fez – ou deixou de fazer – e, portanto, sobre sua capacidade de realização.

O debate, sem plateia inquirindo, sem jornalistas questionando, chega a evocar o discurso televisivo do Guia Eleitoral, em forma de monólogo, muito propício a promessas irrealizáveis. Uma ferramenta da demagogia, usada também para agredir, para provocar, com os insultos partindo, sempre, dos que estão mal avaliados nas pesquisas de opinião.

Por tudo isso, o debate – ainda que renda um pouco mais de audiência aos veículos transmissores – deve ser visto como uma perda de tempo, porque nada lega à população. O eleitor deve, isto sim, procurar saber, como absoluta prioridade, quem realizou, quem já fez e pode fazer mais.

 

 

RUMO COLLORIDO

Se perder a batalha sucessória, Collor deverá fazer uma inflexão e sair do Senado rumo à Câmara Federal, em 2022. É isso que se infere de sua decisão de medir forças com Renan Filho este ano.

 

APENAS HIPÓTESE

Talvez, Collor tenha se precipitado. Não existe nenhum indicador, hoje, de que Renan Filho deixará o governo, no início de 2022, para concorrer ao Senado. Collor foi movido por uma ‘hipótese’.

 

CÂMARA DE OLHO NA CAMPANHA DE KELMANN

Redobrou o interesse dos vereadores de Maceió pela sucessão estadual. Motivo: a candidatura do presidente Kelmann Vieira abre a perspectiva de mudança de comando na Câmara Municipal. Ou seja, se Collor ganhar a eleição, seu vice Kelmann deixará o Legislativo da Capital a partir de 1º de janeiro, ensejando a eleição de uma nova Mesa Diretora para o biênio 2019/2020.

 

ATÉ TU, DILMA

Dilma admite que foi um erro indicar Rodrigo Janot para a Procuradoria Geral da República. ‘Metralhadora giratória’, Janot acabou acertando alvos privilegiados do próprio grupo de Dilma.

 

TRISTE DESENLACE

No final, Janot se viu enrolado na teia armada por Joesley Batista, da JBS. E implodiu de vez com a revelação de que seu braço direito Marcelo Miller usou o MPF para ajudar os irmãos Batista.

 

TEREZA COLLOR REAGE À CANDIDATURA DE COLLOR

Ao saber que Fernando Collor disputará o governo alagoano, a musa Tereza Collor, que concorrerá a uma vaga na Câmara Federal, emitiu nota em que afirma: “É muito triste para mim, que cortei da própria carne para combater esquemas nefastos para o Brasil, ver meu próprio partido, ao qual estou filiada há 20 anos, se aliar regionalmente a esta candidatura ao governo de Alagoas”.

 

CALOTE FEDERAL

Michel Temer já admite adiar para 2020 o reajuste do funcionalismo federal. Segundo o Ministério do Planejamento, o calote proporcionaria ao governo economia de R$ 6,9 bilhões.

 

E O MEIRELLES?

Resta saber o que pensa disso o presidenciável Henrique Meirelles. Enquanto ministro da Fazenda, ele topava qualquer parada. E agora, como candidato à sucessão de Temer?

 

ELEIÇÃO EM MACEIÓ APRESENTA DOIS CENÁRIOS

A eleição em Maceió, sobretudo para governo e Senado, terá dois cenários retratados nas pesquisas de intenção de voto: o da capital e região metropolitana, com o voto mais ‘politizado’, e o do interior onde predomina o eleitorado formado pelo conjunto dos municípios de porte médio e pequeno. Ou seja, estar bem em Maceió não significa garantia de vitória eleitoral.

 

PEGOU MAL

Aliados de Collor não gostaram nem um pouco do anúncio de apoio feito pelo ex-prefeito Adalberon Cavalcante, de Satuba. Ele foi condenado pela execução do professor Paulo Bandeira.

 

NEM FALAR

Ausente na convenção do PTC-PSDB, Rodrigo Cunha já avisou que não subirá em palanque, nem com Collor nem com Biu de Lira. A vereadora Tereza Nelma também está fora do arranjo.

 

LULA E BOLSONARO LIDERAM NAS REDES SOCIAIS

Segundo levantamento feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) (que analisou as postagens dos presidenciáveis de 7 de julho a 6 de agosto),

Jair Bolsonaro está colado em Lula. O deputado recebeu, em média, 111.590 interações por postagem, enquanto o ex-presidente obteve 111.405.  João Amoêdo, que vem logo em seguida, conseguiu 43.453 interações em média.

 

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