Voto nulo não é protesto, é buricce

14/05/2018 13:43

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Romero Vieira Belo

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Nos últimos meses, perdeu força a campanha do voto nulo. Bobagem sem tamanho, ideia de quem não tem ideia, o voto nulo não é recurso de quem não aceita as regras do jogo. É apelação inócua de quem não quer participar do jogo.

Mais do que isso: é simples resíduo da ‘arma’ usada contra o regime militar instaurado em março de 1964. Voto nulo e voto em branco. O primeiro, ainda sobreviveu como forma de protesto, mas o segundo pereceu depois que o governo militar, ardilosamente, decidiu que o voto em branco seria contado como voto de legenda a favor da Arena, o partido governista.

Hoje se diz que votar nulo é o caminho para alijar da vida pública os maus políticos. Não é. Mesmo se, em determinada eleição, houver mais voto nulo do que válido, os candidatos participantes ficam livres para disputar a próxima. Não se exclui ninguém, apenas adia-se a decisão, com mais despesas para a Justiça Eleitoral e com mais desgaste para o eleitorado em geral.

Compreende-se a insatisfação, a revolta, a indignação de parcela considerável da sociedade diante degradado cenário político nacional. Mas não se resolve isso com omissão. Não votar, se abster, ou votar nulo, são atitudes inconsequentes. Não produzem nada de afirmativo. Não levam a caminho nenhum, ainda que o gesto rebelde se revista de aparente inconformismo cívico.

Se o voto é a ‘arma da democracia’, o único instrumento capaz de operar mudanças, relevá-lo significa entregar tudo ao deus-dará. O mais grave: quando o eleitor se omite – abstendo-se ou votando nulo – ele permite que outros decidam em seu lugar. Perde, pois, o direito de reclamar e de protestar. Quem não participa, quem se exclui do processo sob qualquer invocação, só tem direito a lamentar e, obviamente, a pagar o preço da própria omissão.

 

SEM LASTRO

Com a falência do Grupo João Lyra, ficou claro que não existia lastro para pagar a todos os credores. É uma questão matemática: o rombo do Grupo era maior do que todo o seu patrimônio.

 

CAMINHO CERTO

O que a Justiça está fazendo é o que deve ser feito: priorizando o pagamento dos salários devidos aos milhares de trabalhadores do Grupo JL. Afinal, fazer justiça é olhar pelos mais fracos.

 

ROGÉRIO: O PREÇO PELA CONQUISTA DO PODER

Rogério Teófilo realiza um trabalho sério, competente, na chefia da Municipalidade de Arapiraca, mas paga o preço de ter chegado ao poder de forma surpreendente (embora em decisão justa e oportuna do eleitorado). Teófilo segue firme com sua gestão comprometida com o certo, mas sabe que não será esquecido pelos adversários inconformados com a derrota sofrida em 2016.

 

 

MELHOR ASSIM

Joaquim Barbosa desistiu da presidência em tempo hábil. É um homem com temperamento difícil, não teria como se relacionar com o Congresso. Talvez renunciasse na primeira crise.

 

RENÚNCIA AO STF

Cumpre lembrar que Joaquim Barbosa renunciou ao próprio Supremo Tribunal, de onde saiu, antes da expulsória, depois de ter mostrado raça ao condenar os quadrilheiros do mensalão.

 

ROSTAND RECEBE COMENDA LÊDO IVO NA ALE

Presidente da Academia Alagoana de Letras (AAL), o escritor Rostand Lanverly será homenageado pela Assembleia Legislativa nesta segunda-feira, 14 de maio. Em sessão solene programada para às 15h, no plenário da ALE, Lanverly será agraciado com a Comenda Lêdo Ivo, honraria instituída para homenagear personalidades que se dedicam à projeção das letras e da cultura de Alagoas

 

DOIS LADOS

Pedro Parente, presidente da Petrobras, não cabe em si de alegria com o lucro de R$ 6,5 bilhões no 1º trimestre. Triste está a turma que usa gasolina e gás de cozinha – com os preços nas alturas.

 

FRASE CÉLEBRE

Genial a frase de Pedro Parente: “Petrobras é diferente do que era antes da Lava-Jato”. Ora, se não tivesse mudado, obviamente o grande Parente estaria respondendo a processo por corrupção.

 

OS CORRELIGIONÁRIOS FORMAM O PARTIDO

O deputado Rodrigo Cunha precisa repensar sua atitude de convivência política. Não dá para, a um só tempo, recusar a companhia de correligionários suspeitos (ou denunciados) e se manter num partido cuja cúpula está atolada no esquema da Lava-Jato: Geraldo Alckmin, José Serra e o traquinas Aécio Neves.

 

BOLA DA VEZ

O próximo alvo de Rui chama-se Marx Beltrão. O deputado, que ainda pode se compor com o bloco de Renan Filho, será assediado para assumir a candidatura ao governo pela oposição.

AVE, JULIUS!

Com Teotonio Vilela, Benedito de Lira, Rui Palmeira, Rodrigo Cunha e Thomaz Nonô de fora do processo sucessório, nos bastidores já se prevê a escolha de um ‘novo Júlio César’...

 

Primeira Edição © 2011