AFP
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O branqueamento de corais, uma doença mortal que atinge recifes quando os oceanos aquecem, aumentou quase cinco vezes desde a década de 1980, ameaçando o futuro desses ecossistemas vitais, disseram pesquisadores nesta quinta-feira (4).
Eventos graves de branqueamento de corais costumavam ocorrer uma vez a cada 25 a 30 anos. Agora, ocorrem a cada seis anos em média, segundo o estudo publicado na revista Science.
"Antes da década de 1980, o branqueamento em massa de corais era inaudito", disse o autor principal Terry Hughes, diretor do Centro de Excelência para Estudos de Recifes de Coral do Australian Research Council (ARC).
"Mas agora, repetidos períodos de branqueamento em escala regional e de mortalidade em massa de corais se tornaram o novo normal em todo o mundo, já que as temperaturas continuam aumentando".
Milhões de pessoas em todo o mundo dependem dos corais para seus meios de subsistência, seja para o turismo ou para os peixes e criaturas marinhas que fazem suas casas em recifes.
Quando a temperatura da água aumenta de repente, as algas nos corais podem morrer, cortando uma importante fonte de nutrientes. Se o aquecimento persistir por vários meses, os corais podem ficar brancos e morrer.
O estudo analisou os eventos de branqueamento em 100 locais ao redor do mundo entre 1980 e 2016.
Nos últimos anos, 30% dos episódios de branqueamento podem ser descritos como "graves", estendendo-se por centenas de quilômetros.
O risco de branqueamento grave aumentou cerca 4% por ano desde 1980.
Muitos, mas não todos os eventos de branqueamento são impulsionados pela tendência de aquecimento tropical conhecida como El Niño, que atingiu seus últimos auges em 2015 e 2016.
As mudanças climáticas - e a contínua queima de combustíveis fósseis - também desempenham um papel, tornando os eventos de branqueamento cada vez mais comuns.
"O clima aqueceu rapidamente nos últimos 50 anos, primeiro tornando os El Niños perigosos para os corais, e agora estamos vendo o surgimento do branqueamento em todo verão quente", disse o coautor C. Mark Eakin, da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA.
Primeira Edição © 2011