Lava-Jato entra na reta final

09/10/2017 21:21

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Romero Vieira Belo

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Desdobrada em sucessivas operações, a Lava-a-Jato vai chegando ao fim, na primeira instância, e deixa uma lição grave ao País. O juiz Sérgio Moro, baluarte desse processo histórico, adianta que as investigações estão se esgotando, pelo menos em Curitiba, onde são devassados, processados e julgados os envolvidos sem foro especial. Estes são, como se sabe, empresários, políticos sem mandato, tesoureiros e operadores de partidos.

Pelas mãos do doutor Moro passaram figuras importantes, personagens insuspeitos da vida pública e privada nacional, como Marcelo Odebrecht e Antônio Palocci – para citar dois dos mais proeminentes. Nenhum deles, entretanto, com o histórico, a fama e a consagração de Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente da República, já condenado a nove anos e meio de prisão, aguarda o julgamento de recurso em tribunal de segunda instância.

A Lava-a-Jato desbaratou quadrilhas, descobriu variados esquemas de rapinagem do dinheiro público, resgatou muitos milhões de reais desviados dos cofres da nação, mandou para a cadeia políticos e empresários desonestos. Mas seu maior feito foi mostrar ao País que ninguém está acima da lei. Nem mesmo os que, com delegação popular, escreve essas leis, mas não as respeita. O que o juiz Sérgio Moro fez, nesses três anos de buscas e apurações, de inquirições e julgamentos, foi mostrar que se pode fazer justiça, mesmo quando a impressão que se tem é a de que o povo se acomodou e a nação se divorciou do império da lei.

Corrupção sempre existiu. Não começou com o PT no poder. Licitações viciadas, fraudadas, distribuição de propinas, nada disso é novidade. O novo, o espantoso exibido nas entranhas da Lava-a-Jato, foi saber que a roubalheira havia assumido dimensão sistêmica – um câncer devorando com doentia volúpia o dinheiro dos impostos que o sofrido povo paga com tanto suor e sacrifício.

 

PARDAIS EM FOCO

Por que será que a SMTT, em vez de instalar pardais, não adotou a sinalização eletrônica digital? Aquela que exibe, com sinais luminosos, a velocidade aferida na passagem dos veículos?

 

PARDAIS EM FOCO 2

Com essa opção, a SMTT não evitaria críticas, mas teria dado clara demonstração de que a implantação dos radares não visou arrecadar com multas, como acha a maioria dos motoristas.

 

O DESAFIO DE HELOÍSA HELENA

Ao final, Heloísa Helena decidiu permanecer com o domicílio eleitoral em Alagoas para concorrer às eleições de 2018. Depois de refletir e fazer cálculos, a ex-senadora optou por disputar uma das nove vagas de deputado federal. O desafio é hercúleo, pois eleição para federal, em Alagoas, é uma parada duríssima.

 

COM A BARRIGA

Contrariando todas as expectativas (da sociedade) o Congresso Nacional jogou para 2020 a abolição das coligações partidárias. Esperava-se que essa mudança vigorasse já no próximo ano.

 

VOTO MAJORITÁRIO

Com o fim das coligações partidárias, a eleição para as casas legislativas (Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Câmara Federal), passa a ser (como deve ser) majoritária.

 

ACESSO DO CSA PROJETA RAFAEL TENÓRIO

Disparou a cotação de Rafael Tenório, no cenário político, depois de confirmado o acesso do CSA à Série B do Brasileiro. O fato é que a ascensão do time do Mutange se deve, sobretudo, ao empenho do empresário na presidência do Azulão. Rafael ainda não se decidiu, mas admite disputar a eleição de senador. E é evidente que, para onde for, contará com a nação azulina.

 

HOMEM-IDEIA

Em discurso comemorativo à fundação da Petrobras, Lula filosofou. Disse que deixou de ser um simples político para se converter numa ideia. Péssima ideia, para os propedeutas.

 

ACIMA DA LEI

O Supremo Tribunal pode afastar um senador – sem flagrante, sem processo e sem condenação? A Constituição afirma expressamente que não. Mas, o que a CF diante do Supremo?

 

LULA, O POVO E A PESQUISA DATAFOLHA

Está aí uma contradição carente de explicação: a mais recente pesquisa Datafolha revela que cresceu o número de eleitores favoráveis à volta de Lula à presidência, na eleição do próximo ano, mas mostra, ao mesmo tempo, que mais da metade da população entrevistada que ver o ex-presidente preso.

 

PARCELA NATURAL

Luiz Cavalcante, o saudoso Major Luiz, dizia que, por pior que fosse, o governo teria um terço do eleitorado. Lula conta hoje exatamente com esse percentual. Afirmam as pesquisas.

 

NOVO FENÔMENO

Com fama de presidenciável com chances de vitória, Jair Bolsonaro tem sido alvo de rigoroso patrulhamento. No entanto, segundo as pesquisas, continua crescendo, apesar dos ataques.

 

SEM GÁS PARA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Está cada vez mais difícil o Congresso Nacional aprovar a reforma da Previdência encaminhada pelo governo de Temer. A segunda denúncia de Janot está obrigando o presidente a se desgastar na busca de apoio dos deputados. Resultado: não terá, mais adiante, como pedir também pela aprovação de uma matéria altamente impopular, em plena reta da campanha eleitoral.

 

Primeira Edição © 2011