Foi-se o 'mais desqualificado da história'

17/09/2017 09:01

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Romero Vieira Belo

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Há uma máxima no direito latino, aplicada nos tribunais de todo o mundo civilizado, segundo a qual é melhor soltar mil condenados do que prender um único inocente. Voltaire, o grande pensador francês, sentencia em outras palavras: “É melhor correr o risco de salvar um homem culpado do que condenar um inocente”.

Aforismos desse naipe são conhecidos até por colegiais, futuros estudantes de Ciências Jurídicas. Como pode, pois, um procurador-geral da República, ignorá-los? Rodrigo Janot, que acaba de deixar a chefia do Ministério Público Federal, fez precisamente o contrário: pediu a condenação de três inocentes.

Em julho passado, Janot denunciou ao Supremo Tribunal os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá e o ex-presidente da República José Sarney. Com base em quê? Em conversa de Sérgio Machado, ex-diretor da Transpetro, que fabricou acusações sem prova e, em troca, leva hoje uma vida de Nababo.

O mais escandaloso no episódio é que foi o próprio Janot, na despedida da Procuradoria-Geral, quem pediu para o Supremo arquivar a denúncia. E não por ação própria, mas porque a Polícia Federal concluiu que não havia nada contra os três políticos acusados. Rodrigo Janot havia feito uma ‘denúncia preventiva’.

Bom, e os danos, quem vai pagar? Com base na flechada, Renan quase perdia a presidência do Senado, enquanto Jucá simplesmente perdeu o cargo de ministro do governo Temer. O próprio Janot, em ato de abjeta perseguição, chegou a pedir a prisão de Renan. Era a máxima latina sendo vilipendiada.

Felizmente, acabou. A República está livre de um trapalhão, deslumbrado e incompetente. O pior advogado que já se sentou na cadeira de chefe do Ministério Público Federal. Ou, o "mais desqualificado da história da PGR", na diatibre severa do ministro Gilmar Mendes.

 

VISITANDO A ALE

No meio da semana, Alcides Falcão percorreu as dependências da Assembleia Legislativa, recebendo cumprimentos de servidores e lembrando os tempos em que atuou na Casa de Tavares Bastos.

 

AMIGO DO SERVIDOR

Irmão do governador Sebastião Muniz Falcão, Alcides teve desempenho destacado no Legislativo Estadual, inclusive atuando muitos anos como uma espécie de ‘patrono’ do servidor público.

 

MILLER PEGA JANOT, JANOT PEGA MILLER

A briga está feia entre Rodrigo Janot, que já não é mais procurador-geral da República, e Fernando Miller, seu ex-assessor. Janot pediu a prisão de Miller, junto com Joesley Batista e Ricardo Saud, da JBS. Como revide, Miller pede que Janot agora seja ouvido pelo Supremo Tribunal Federal. Ambos têm muito o que falar – um contra o outro, inclusive.

 

REAJUSTE DO IPTU

O prefeito João Doria acaba de anunciar um aumento de 3% para o IPTU da capital paulista em 2018. Um parâmetro para Rui Palmeira, que costuma reajustar o imposto acima da inflação.

 

“ALMA EM PAZ”

O ministro Gilmar Mendes atacou o colega Edison Fachin por ter homologado a delação da JBS. Fachin negou constrangimento e resumiu: “Alma está em paz”. Mas, a alma de quem?

 

MAIS UM DESENCANTADO COM A POLÍTICA

Desencantado com o rumo da política, o ex-vereador Edberto Ticianelli não quer saber de candidatura. Antigo militante do PCdoB, hoje filiado ao PT, Ticianelli deixou a seara política e, atualmente, pilota um site muito bem diversificado e atualizado. Sobre as futuras eleições e a chance de sair candidato, resume: “Eu ainda estou filiado ao PT”. Disse tudo.

 

MAIS DEMISSÕES

O Bradesco conseguiu a adesão de quase oito mil funcionários em seu Programa de Demissão Voluntária. Mas o Banco, um dos maiores do Brasil, já planeja realizar um enxugamento maior.

 

BOLSA NUMA BOA

Deu a louca no mercado financeiro. Quanto mais o circo político pega fogo, mais as ações da Bolsa de Valores sobem. Já o dólar se aproxima dos R$ 3,00 e isso pode gerar intervenção do BC.

 

DINHEIRO PARA A UFAL E INSTITUTOS FEDERAIS

O ministro Mendonça Filho (Educação) acaba de autorizar a liberação de R$ 20 milhões para universidades e institutos federais de Alagoas. O valor corresponde ao repasse financeiro para as instituições e ao aumento de cinco pontos percentuais no limite para empenho do orçamento para custeio e para investimento. A Ufal, como se sabe, estava ameaçando fechar.

 

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