Serviço de Convivência promove fortalecimento de vínculos

23/07/2017 12:48

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Secom Semas

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O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) existe em 15 unidades dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e em mais três núcleos como o Juvenópolis, Caic Ufal e Lar São Domingos, espalhados em diversos bairros de Maceió. Através do serviço, os profissionais da Semas trabalham o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários de crianças e adolescentes em vulnerabilidade social.

Os Serviços de Convivência são formados por grupos de usuários divididos em faixas etárias ou por gênero. Por exemplo, há grupos de crianças, adolescentes, idosos e de mulheres. A intenção é propiciar aos participantes a oportunidade de planejar e efetivar ações lúdicas e educativas que são desenvolvidas durante todo o ano para fortalecer os vínculos familiares e comunitários.

As ações que são realizadas com os usuários do Serviço de Convivência são de cunho educativo e artístico-cultural. Por isso, profissionais de diversas áreas do conhecimento, como a psicologia, pedagogia, serviço social, educação física, artes cênicas e outras linguagens artísticas, a exemplo da música, integram a equipe multiprofissional dos Cras.

No Cras Terezinha Normande, que fica no Residencial José da Silva Peixoto, no bairro do Jacintinho, o Serviço de Convivência é formado por grupos de usuários como mulheres, idosos, crianças e adolescentes e conta com a participação de uma educadora social, uma facilitadora de esporte e lazer e uma facilitadora de arte e cultura e do voluntariado de um mestre de capoeira. O trabalho é acompanhado por uma psicóloga que é a técnica de referência do serviço. Para atrair a atenção da garotada, foram formados dois grupos, sendo um de capoeira e outro de teatro. A adolescente Tamires Silva, 16 anos, participa das duas atividades.

“Comecei com a zumba, fiz educação física e quando vi a capoeira me apaixonei. Tive muita dificuldade no início, pensei em desistir, mas o mestre me motivou e eu estou aqui jogando com os meus amigos. Vou até o fim”, diz Tamires.

A adolescente também participa do grupo de teatro e já estreou a peça “Bonequinhas de Lata” na escola do bairro. “Pela primeira vez me apresentei para os moradores do Peixoto. Fizemos uma apresentação na Escola Arnon de Melo e outra na Grota Santa Rosa de Lima. A peça denuncia o trabalho infantil. Fiz o papel de uma latinha que se mexia e falava que criança não pode ser maltratada, nem trabalhar, que tem que viver a infância”, diz a adolescente, ressaltando as lições aprendidas na atividade sobre os prejuízos do trabalho infantil.

O capoeirista Edmilson Santos da Rocha, 46 anos, conhecido como Mestre Muruim, é voluntário no Serviço de Convivência do Cras Terezinha Normande. Ele conta que trabalhava como Guarda Municipal na unidade quando percebeu que poderia levar o conhecimento obtido em mais de 30 anos de capoeira para as crianças e adolescentes. O trabalho deu certo e existe há dois anos. O mestre explica que para ele, a capoeira é “uma arte marcial misturada com ginástica artística, música cantada e tocada e é, sobretudo, uma terapia”, define o mestre, que já levou seus conhecimentos a países europeus como a França, Inglaterra e Itália, onde morou durante cinco anos.

“É um trabalho educativo e de inclusão social. Uma forma de construir uma segunda família, com aprendizado, respeito e afeto que são necessários para que possamos juntos superar as dificuldades da vida e assim relacionarmos com as dificuldades dos movimentos que são ensinados na capoeira. A música, o toque dos instrumentos, tudo isso faz parte de um processo educativo que requer disciplina e dedicação”, diz mestre Maruim que já começou a ensinar aos meninos e meninas outras manifestações da capoeira como o Maculelê.

O maculelê é a dança preferida de Daniel França Santos, outro aluno do mestre Muruim. Daniel tem deficiência cognitiva e a capoeira ajuda ao jovem na socialização e no desenvolvimento psicomotor ao manipular os bastões na hora dos ensaios.

“É muito importante contarmos com o trabalho de profissionais que se dedicam a levar seus conhecimentos teóricos e práticos para que as crianças e adolescentes atendidos no Cras Terezinha Normande possam não só refletir sobre suas condições sociais, mas fazer com que eles se tornem protagonistas de suas vidas, descobrindo potenciais que podem ser desenvolvidos e vivenciados em atividades educativas e culturais, como o teatro e a capoeira”, diz a educadora social Jennifer Abílio Santana.

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