Romero Vieira Belo
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Não se sabe, ainda, quem será o (principal) adversário de Renan Filho na batalha sucessória do ano que vem. Mas já se sabe, com segurança, quem não entrará nessa luta: Benedito de Lira (PP), Thomaz Nonô (DEM) e Teotonio Vilela Filho (PSDB).
O senador Benedito de Lira não disputará o governo porque tem maturidade suficiente para saber onde deve e onde não deve entrar. Após fragorosa derrota para Renan Filho em 2016, não cometeria a bobagem de encará-lo novamente – agora enfrentando, não promessas de palanque, mas realizações. Vai, prudentemente, tentar mais um mandato senatorial.
O ex-deputado e ex-vice-governador José Thomaz Nonô tem exata noção de seu capital eleitoral. Foi mal ao disputar certa vez a Prefeitura de Maceió e se reconhece como um vocacionado para a atividade parlamentar. Se ceder aos estímulos dos amigos e aliados, deverá concorrerá a uma vaga na Câmara dos Deputados. Ou, talvez, uma cadeira inédita na Assembleia Legislativa.
O ex-governador Teotonio Vilela Filho cumpriu dois mandatos consecutivos de governador, integralmente, e desde que passou o cargo para Renan Filho, em janeiro 2015, nunca escondeu seu desejo político de retornar ao Senado Federal. Deverá se compor com o senador Renan Calheiros, reeditando a dobradinha vitoriosa de 1994, quando ambos se elegeram senadores.
Os que buscam um nome para atuar como ‘carro-chefe’ da campanha eleitoral de 2018, pelas oposições, certamente já trabalham com a exclusão dos nomes aqui mencionados e torcem pelo projeto que julgam mais certo e oportuno: a candidatura do tucano Rui Palmeira. Contudo, por uma série de razões, o prefeito de Maceió está cada vez menos propenso a sacrificar mais da metade de seu mandato conquistado no ano passado. Tem mais: Rui sabe que, para largar tudo e se lançar adversário de Renan Filho, precisará de autorização de Teotonio Vilela Filho. O ex-governador é presidente regional do PSDB e tem a competência legal de decidir quem deve e quem não deve obter legenda para disputar a próxima sucessão estadual.
CRÍTICAS A TEMER
Contra as reformas, mormente a trabalhista, Renan Calheiros tem ampliado o tom das críticas a Michel Temer, mas convém lembrar que o senador alagoano nunca foi ‘aliado’ do atual presidente.
POSIÇÃO ANTIGA
Tanto não foi que, então presidente do Senado, Renan não viu o impeachment de Dilma como solução para a crise brasileira. Até porque Temer era, sim, figura de destaque do governo federal.
TEMA ATUAL PARA VÁRIOS LIVROS
Em clima de guerra civil, o Rio de Janeiro registra todo dia um ‘17 de julho’ alagoano. Perto da tempestade financeira do Estado fluminense, a crise de Alagoas em 1997 parece uma marola. Lá, já invadiram a sede do Poder Legislativo, já houve quebra-quebra com prisões e feridos. E o governador Luiz Fernando Pezão já se afastou do cargo duas vezes. Sem salários, servidores estão recebendo esmolas. O Rio vive sua maior tragédia, com quase 100 PMs executados a tiros desde janeiro último.
MEDIDA AÇODADA
Preocupado com as críticas por causa da buraqueira na malha asfáltica da capital, Rui tem agido com pressa e poderá se dar mal: o tapa-buraco emergencial está sendo anulado pela chuva.
ENXUGANDO GELO
Não é preciso ser técnico para saber que tapar buraco com a chuva caindo é o mesmo que enxugar gelo com pano. O que todos veem são buracos novos surgindo e velhos (tapados) ressurgindo.
QUINTELLA QUER RUI DISPUTANDO O GOVERNO
Deputado federal com olho fixo na reeleição, o ministro Maurício Quintella, dos Transportes, torce para Rui Palmeira sai candidato a governador em 2018. É o desejo de Quintella e de muitos políticos que precisam de ‘carro-chefe’ na campanha eleitoral no ano que vem. Enquanto isso, Palmeira se divide entre ouvir os estímulos dos correligionários e contemplar a malha viária da capital totalmente destroçada pela chuva do inverno rigoroso.
PROVA DE VIDA
Na próxima semana começa o recadastramento para aposentados e pensionistas da Assembleia Legislativa. A atualização de dados serve também como ‘prova de vida’, como faz o INSS.
13º DO INSS
E por falar em INSS, a primeira parcela do 13º salário dos aposentados da Previdência Social deverá ser liberada no final de agosto ou início de setembro. É um compromisso de Temer.
PAULÃO NA LUTA, COM OU SEM LULA
Lulista inveterado, o deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, está pronto para disputar seu segundo mandato federal. E o fará com ou sem Lula no páreo. Com, para ajudar o líder petista a voltar ao Planalto. Sem, para denunciar perseguições ao ex-presidente. Ou seja: Paulão será candidato de qualquer jeito.
O ESTRATEGISTA
Das duas, uma: ou Janot não tem base para uma segunda denúncia contra Temer ou aguarda o julgamento da primeira. Mas, por questão lógica, a segunda seria mais fraca e, pois, sem chance.
MENTES CRIATIVAS
Com o Congresso Nacional em recesso, a imaginação dos ‘articulistas políticos’ anda solta. Os sites precisam de notícia e toda hora são abastecidos com teses e teorias de toda sorte.
BOLSONARO À PROCURA DE PARTIDO
Jair Bolsonaro anda em busca de um partido para disputar a presidência da República. O deputado do PSC sinalizou interesse em migrar para o PSDC, mas a direção da legenda negou interesse em admiti-lo. Em pesquisa de intenção de voto recente, Bolsonaro aparece empatado tecnicamente com Lula. É visto como o ‘candidatos dos totalmente desenganados’.
Primeira Edição © 2011