Romero Vieira Belo
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Fidel Castro salvou Cuba, libertou seu povo, enfrentou onze presidentes dos Estados Unidos. Verdade? Não. Com o golpe para militar de 1959, Fidel derrubou o governo devasso de Fulgêncio Batista e tomou o poder. Logo se encastelou no principal hotel de luxo de Havana e, como bom socialista, passou a curtir vida mansa, um nababo latino. Depois, deu a ordem que ecoaria aos quatro cantos da Ilha por seis décadas: “Daqui ninguém sai”. Fidel prometeu democracia, mas o único voto conhecido na Ilha é o voto de pesar pelas vítimas do regime militarista.
Os socialistas ou adeptos rotulam Castro de ‘herói’ e exaltam seu feito épico: a resistência contra os Estados Unidos. Muito bem. Mas, que resistência? Por acaso, em algum momento da história, o governo de Washington pretendeu invadir Cuba? E, se tivesse intentado, a Ilha teria impedido? Como? A resistência de que tanta se fala não foi mais do que impedir uma Cuba capitalista. E só. A consequência o mundo inteiro conhece: o povo cubano vive há décadas arrostando sacrifícios e privações. A maior delas, a liberdade. E é o caso de se indagar: o que vale a vida sem liberdade? Por ordem draconiana de Castro, os cubanos vivem isolados do mundo, não podem criticar o regime, não podem dizer o que pensam e, o mais grave, não podem deixar a Ilha.
Ora, se Fidel salvou Cuba e fez tudo pelo seu povo, por que prendia e executava quem ousasse ir embora? De outro ângulo: se os cubanos viviam felizes, graças ao heroísmo de seu bravo comandante, por que Castro os impedia de viajar para outro país, transformando Cuba numa prisão de condenados sem crimes?
A resposta é única: se fosse possível emigrar, se Fidel concedesse o elementar e universal direito de ir e vir, não ficaria um só cubano na Ilha. Mesmo assim, milhares morreram tentando chegar aos Estados Unidos usando até pneus de carro como botes.
Quanto a real personalidade do ditador, só seria possível conhecer a fundo se Castro governasse uma potência, tendo bombas nucleares e mísseis continentais ao alcance das mãos. Em todo caso, não custa lembrar que na célebre crise dos mísseis, em 1963, Fidel fez de tudo para a União Soviética dispará-los contra os Estados Unidos. Mesmo sabendo que um simples revide de Washington riscaria Cuba do mapa para todo o sempre. (O título O Homem e o Mito pertence a uma antiga obra sobre Rui Barbosa, a 'Águia de Haia')
PÁTRIA DO ABORTO
O Supremo Tribunal Federal decretou, na prática, a liberação do aborto no Brasil (ao permiti-lo até o terceiro mês de gestação), mas não o fez com o tom de uma decisão própria e isolada.
INICIATIVA PAPAL
Antes, o mundo já soubera da iniciativa do papa Francisco, tornando permanente (e não só no Ano da Misericórdia) a autorização dada aos padres para perdoar a prática de aborto.
ALFREDO GASPAR E O PODER LEGISLATIVO
Na Assembleia Legislativa, a expectativa é de que as relações da Casa com o Ministério Público assumam um caráter mais institucional – e até amistoso – com a chegada de Alfredo Gaspar de Mendonça ao comando da Procuradoria Geral de Justiça.
LANCE ERRADO
Os amigos são unânimes: Cícero Amélio estaria em situação bem mais estável se, em vez de da nomeação para o Tribunal de Contas, tivesse continuado como deputado estadual.
RISCO MAIOR
Afastado do exercício do cargo por decisão do STJ, Amélio agora corre o risco de perder o posto em definitivo, pois, para o MPC, ele estará ocupando um cargo de indicação do governador.
CELYRIO ADAMASTOR DIANTE DE NOVOS DESAFIOS
Muito admirado e querido pelos pares, o desembargador Celyrio Adamastor ingressará em 2017 encarando novos desafios: junto com Otávio Praxedes (presidente) e Paulo Lima (corregedor-geral da Justiça) ele comporá a cúpula diretiva do TJ-AL, assumindo a vice-presidência do Tribunal de Justiça. Adamastor é conhecido pela integridade moral e pelo equilíbrio de suas decisões como magistrado ao longo de três décadas.
OLHO EM 2018
Os movimentos isolados contra Temer e o Congresso tendem a continuar enquanto houver, por mais remota, a chance de Lula sair candidato a presidente da República na sucessão de 2018.
O ANTÍDOTO
Mas existe remédio: no Congresso Nacional tramita proposta que impede a candidatura presidencial de quem já foi presidente. Alcançaria Lula, FHC, Dilma, Collor e o próprio Temer.
PETISTAS QUECEM DILMA E MIRAM TEMER
A coluna previu em maio logo após o impedimento de Dilma: em seis meses, os petistas culparão Temer pelos indicadores negativos que forem surgindo. Aí está. O PIB recuou nos últimos sete trimestres, mas a turma petista só se refere ao período apurado com Temer na presidência. Isso é que é isenção.
Primeira Edição © 2011