Fidel Castro - O homem e o mito

03/12/2016 19:38

A- A+

Romero Vieira Belo

compartilhar:

Fidel Castro salvou Cuba, libertou seu povo, enfrentou onze presidentes dos Estados Unidos. Verdade? Não. Com o golpe para militar de 1959, Fidel derrubou o governo devasso de Fulgêncio Batista e tomou o poder. Logo se encastelou no principal hotel de luxo de Havana e, como bom socialista, passou a curtir vida mansa, um nababo latino. Depois, deu a ordem que ecoaria aos quatro cantos da Ilha por seis décadas: “Daqui ninguém sai”. Fidel prometeu democracia, mas o único voto conhecido na Ilha é o voto de pesar pelas vítimas do regime militarista.

Os socialistas ou adeptos rotulam Castro de ‘herói’ e exaltam seu feito épico: a resistência contra os Estados Unidos. Muito bem. Mas, que resistência? Por acaso, em algum momento da história, o governo de Washington pretendeu invadir Cuba? E, se tivesse intentado, a Ilha teria impedido? Como? A resistência de que tanta se fala não foi mais do que impedir uma Cuba capitalista. E só. A consequência o mundo inteiro conhece: o povo cubano vive há décadas arrostando sacrifícios e privações. A maior delas, a liberdade. E é o caso de se indagar: o que vale a vida sem liberdade? Por ordem draconiana de Castro, os cubanos vivem isolados do mundo, não podem criticar o regime, não podem dizer o que pensam e, o mais grave, não podem deixar a Ilha.

Ora, se Fidel salvou Cuba e fez tudo pelo seu povo, por que prendia e executava quem ousasse ir embora? De outro ângulo: se os cubanos viviam felizes, graças ao heroísmo de seu bravo comandante, por que Castro os impedia de viajar para outro país, transformando Cuba numa prisão de condenados sem crimes?

A resposta é única: se fosse possível emigrar, se Fidel concedesse o elementar e universal direito de ir e vir, não ficaria um só cubano na Ilha. Mesmo assim, milhares morreram tentando chegar aos Estados Unidos usando até pneus de carro como botes.

Quanto a real personalidade do ditador, só seria possível conhecer a fundo se Castro governasse uma potência, tendo bombas nucleares e mísseis continentais ao alcance das mãos. Em todo caso, não custa lembrar que na célebre crise dos mísseis, em 1963, Fidel fez de tudo para a União Soviética dispará-los contra os Estados Unidos. Mesmo sabendo que um simples revide de Washington riscaria Cuba do mapa para todo o sempre. (O título O Homem e o Mito pertence a uma antiga obra sobre Rui Barbosa, a 'Águia de Haia')

 

PÁTRIA DO ABORTO

O Supremo Tribunal Federal decretou, na prática, a liberação do aborto no Brasil (ao permiti-lo até o terceiro mês de gestação), mas não o fez com o tom de uma decisão própria e isolada.

 

INICIATIVA PAPAL

Antes, o mundo já soubera da iniciativa do papa Francisco, tornando permanente (e não só no Ano da Misericórdia) a autorização dada aos padres para perdoar a prática de aborto.

 

ALFREDO GASPAR E O PODER LEGISLATIVO

Na Assembleia Legislativa, a expectativa é de que as relações da Casa com o Ministério Público assumam um caráter mais institucional – e até amistoso – com a chegada de Alfredo Gaspar de Mendonça ao comando da Procuradoria Geral de Justiça.

 

LANCE ERRADO

Os amigos são unânimes: Cícero Amélio estaria em situação bem mais estável se, em vez de da nomeação para o Tribunal de Contas, tivesse continuado como deputado estadual.

 

RISCO MAIOR

Afastado do exercício do cargo por decisão do STJ, Amélio agora corre o risco de perder o posto em definitivo, pois, para o MPC, ele estará ocupando um cargo de indicação do governador.

 

CELYRIO ADAMASTOR DIANTE DE NOVOS DESAFIOS

Muito admirado e querido pelos pares, o desembargador Celyrio Adamastor ingressará em 2017 encarando novos desafios: junto com Otávio Praxedes (presidente) e Paulo Lima (corregedor-geral da Justiça) ele comporá a cúpula diretiva do TJ-AL, assumindo a vice-presidência do Tribunal de Justiça. Adamastor é conhecido pela integridade moral e pelo equilíbrio de suas decisões como magistrado ao longo de três décadas.

 

 

OLHO EM 2018

Os movimentos isolados contra Temer e o Congresso tendem a continuar enquanto houver, por mais remota, a chance de Lula sair candidato a presidente da República na sucessão de 2018.

 

O ANTÍDOTO

Mas existe remédio: no Congresso Nacional tramita proposta que impede a candidatura presidencial de quem já foi presidente. Alcançaria Lula, FHC, Dilma, Collor e o próprio Temer.

 

PETISTAS QUECEM DILMA E MIRAM TEMER

A coluna previu em maio logo após o impedimento de Dilma: em seis meses, os petistas culparão Temer pelos indicadores negativos que forem surgindo. Aí está. O PIB recuou nos últimos sete trimestres, mas a turma petista só se refere ao período apurado com Temer na presidência. Isso é que é isenção.

 

 

Primeira Edição © 2011