Veja os números e responda: dá para confiar nas pesquisas?

22/10/2016 18:49

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Romero Vieira Belo

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Divergências em resultados de pesquisas são comuns e, claro, compreensíveis. Ibope, Gape, Paraná, Vox Populi – cada instituto tem sua metodologia de investigação, suas equipes de campo próprias, de modo que inadmissível seria ver números exatos nas sondagens comparadas. Mesmo porque, os períodos de apuração variam, os locais nem sempre são os mesmos, mudam os entrevistados. Natural, pois, que inexistam precisões.

O que não é compreensível é a distância astronômica entre dois resultados. Exemplo: no sábado (15) o Gape anunciou que Rui Palmeira, nos votos válidos, tinha 56% contra 44% de Cícero Almeida. Diferença de 12 pontos percentuais. Passou o domingo e, na segunda-feira (17), o Ibope apontou que Rui tinha 67% e Cícero apenas 33% – diferença de 34 pontos.

Deixando de lado o fato de a pesquisa Ibope ter aparecido de supetão, sem o tradicional anúncio antecipado (e numa segunda-feira, o que não é usual), impõe-se uma questão: como, em menos de 48 horas, uma pesquisa pode revelar uma vantagem de 12% e outra de 34%? Ou seja, num intervalo tão curto entre as duas sondagens, o que poderia ter ocasionado divergência tão ampla?

Como não é possível saber o que ocorre nos bastidores desses levantamentos, resta, ao menos, uma conclusão: um dos institutos está errado. Ou o Ibope superestimou a vantagem de Rui ou o Gape atribuiu a Cícero o que não era de Cícero.

Em outras eleições já houve casos instigantes. Aqui mesmo em Alagoas. Na sucessão de 2006, durante a campanha as pesquisas mostraram João Lyra com ampla vantagem, praticamente eleito. Abertas as urnas, deu Teotonio Vilela, e com um dado especial: com mais de 300 mil votos de vantagem. O caso atual é diferente: pesquisas feitas quase que ao mesmo tempo apresentam números diametralmente divergentes. Uma delas, claro, está errada.

 

SEM CORTES

O governo Temer não vai retirar verba da Saúde ou da Educação. O compromisso já foi assumido pelo presidente. Insiste-se nesse tema para desgastar o governo – o que só interessa aos petistas.

 

SEM PROBLEMA

Pelos cálculos do Planalto, se o governo reajustar seus gastos pela inflação do ano anterior haverá dinheiro bastante para investir no crescimento, tanto das redes de saúde, quanto nas de educação.

 

PRISÃO PARA CUNHA E LULA – PELA ORDEM

Terça-feira (18) adiantei algumas notas da Coluna e numa delas previ que Sérgio Mora mandaria prender, ao mesmo tempo, Eduardo Cunha e Lula. No mesmo tópico, em tom de palpite, previ que, não sendo assim, o juiz da Lava-Jato mandaria prender, primeiro, o ex-presidente da Câmara dos Deputados.

 

RUI GOVERNADOR

Rui não sairá candidato a governador em 2018, mesmo saindo vitorioso no segundo turno em Maceió. O prefeito sabe que existem limites até para maquinações eleitoreiras.

 

RUI GOVERNADOR 2

Mas Rui sabe, também, que sua renúncia à Prefeitura, para disputar o governo, seria vista como uma tapa na cara do eleitor. Resta ainda, porém, esperar pelo resultado do próximo dia 30.

 

MIGUEL E LAIZA EMPREENDENDO JUNTOS

O companheiro Miguel Gois e sua Laiza Leão estão unidos, também, em um projeto empresarial que disponibiliza produtos de saúde para consumo em geral. Mescla de empresário e jornalista, Miguel Gois tem sido um exemplo de dedicação e tenacidade. Por sua vez, Laiza Leão, muito bem informada, assina uma eclética coluna social no Caderno B deste Primeira Edição.

 

FURACÃO PETISTA

A Caixa Econômica precisa vender ativos (carteiras, imóveis, patrimônio) para não ter que pedir ajuda do governo federal. Beleza. Será que foi a gestão Temer que afundou a instituição?

 

FURACÃO PETISTA 2

E o Banco do Brasil? Na mesma trilha. Vai ter que reduzir gastos de pessoal, inclusive com um plano de demissões voluntárias. Será que também é obra do novíssimo governo de Temer?

 

OS EUA E SEU DILEMA PRESIDENCIAL

O rolo compressor contra Donald Trump é de tal magnitude, que nenhum segmento contrário ao bilionário se dá conta de que a alternativa a Trump chama-se Hillary Clinton. Enquanto jorram acusações de natureza sexual contra Trump, silêncio tumular sobre o escândalo sexual protagonizado pelo presidente Bill Clinton, dentro da Casa Branca, em plena convivência com dona Hillary. Bill, como se sabe, é o avalista da mulher Hillary.

 

MAL COMPARANDO

Guardadas as dimensões, a eleição no Rio de Janeiro lembra a sucessão presidencial dos EUA: o Freixo simboliza Trump, enquanto Crivella protagoniza Hillary. Mais ou menos isso.

 

MEMÓRIA ELEITORAL

Governador, Ronaldo Lessa não elegeu Alberto Sexta-feira, que perdeu para Cícero, mas Téo Vilela perdeu e ganhou: perdeu com Solange Jurema, para Cícero, e venceu com Rui Palmeira.

 

A SAÍDA DA OPOSIÇÃO PARA A CRISE

Deputados e senadores que fazem oposição ao governo Temer encontraram uma solução mágica para a crise: em vez de limitar gastos, equilibrando receita e despesa, o governo deixa de pagar os juros da dívida. Genial. Assim, em questão de semanas, o mundo verá o Brasil como um país caloteiro, digno do mais completo isolamento. Nobel de Economia para essa gente.

 

 

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