Os amigos da companheira Dilma

22/05/2016 12:25

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Romero Vieira Belo

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Por acaso alguém viu um país sério reagir ao impeachment da presidente Dilma Rousseff? Claro que a resposta é ‘não’. Negativa porque, desde que o processo foi desencadeado, na Câmara dos Deputados, nenhum mandatário ou diplomata de país democrático expressou qualquer crítica ou reprovação.

Os críticos, portanto, são os conhecidos de sempre, os ditadores  identificados como bolivarianos, assim chamados porque se intitulam apóstolos de Simon Bolívar. Quem são? Nicolás Maduro, da Venezuela; Evo Morales, da Bolívia, e Raúl Castro, de Cuba. O mais saliente deles, Nicolás Maduro, levou a Venezuela à maior crise econômica e social de sua história. O país está à beira de uma convulsão ou, quem sabe, de guerra civil.

Ditador travestido de lunático, Maduro diz que o golpe brasileiro foi arquitetado pelo ‘imperialismo’ patrocinado pelos Estados Unidos e países europeus. A mente de Maduro se decompôs.

Raúl Castro fala de golpe como se Cuba fosse uma exemplar democracia. Ele, assim como o irmão Fidel, sabe que o processo aqui é constitucional, mas defende a camarada Dilma porque ainda espera que o PT retome o poder e continue a ajudar, com dinheiro de um gigante falido, a mais antiga ditadura do planeta.

Se agisse com espírito minimamente democrático, Dilma rechaçaria o apoio dessa gente. Não do povo venezuelano ou cubano, que é vítima da tirania, mas de seus líderes ensandecidos.

A diplomacia do novo governo brasileiro reagiu à altura a esses ditadores de calça curta, com resposta vigorosa, mas nem deveria. O Brasil não deve valorizar, com revides, manifestos insultuosos de gente como Maduro e Castro. Perda de tempo. São ditadores chinfrins, nulos na crônica da história. O Brasil, com a iminente deposição de Dilma, exibe ao mundo uma democracia que não se abala com o fim de uma triste era de desvairada corrupção.

 

CENA PREVISÍVEL

Logo, logo a militância petista estará nas ruas acusando Temer pela queda do PIB, fechamento de empresas, falência da saúde, juros altos, inflação repicada e milhões de desempregados...

 

SUCESSOR DE CÉLIA

Sem projeto político pessoal para o futuro, Célia Rocha agora cuida da saúde e já trabalha para fazer do deputado estadual Ricardo Nezinho seu sucessor na prefeitura de Arapiraca.

 

ARGUMENTO CONTRA O PARLAMENTARISMO

O parlamentarismo é bonito, eloquente, mas dificilmente funcionaria aqui no Brasil. Imagine o derrame de reais que aconteceria para impedir a queda de um primeiro-ministro. A questão é que os políticos brasileiros aprenderam que disputa eleitoral, aqui, só se resolve com dinheiro. O resto é conversa.

 

TEMER DECIDIRÁ

A Dilma só volta ao cargo se Temer quiser. Isso é um consenso entre a maioria dos políticos em Brasília. Ao contrário de Dilma, Temer sabe dialogar e não se deixa conduzir pela soberba.

 

FATOR POLÍTICO

Evidente que o fator político foi determinante para o Supremo afastar Cunha da presidência da Câmara. Não fosse assim, um monte de outros congressistas denunciados já estaria suspenso.

 

MEDEIROS MARCA POSIÇÃO CONTRA ESCOLA LIVRE

O deputado Ronaldo Medeiros marca posição apresentando projeto para revogar a Lei da Escola Livre. Como presidente interino da Assembleia, ele foi obrigado a promulgar (assinar) a lei vetada por Renan Filho, mas mantida por dois terços dos deputados. Não haverá revogação, claro, mas o líder do governo quer deixar evidente sua posição contrária à matéria.

 

COMO FAZER

O instrumento apropriado para derrubar a Lei da Escola Livre é uma ADI (ação direta de inconstitucionalidade), que pode ser impetrada junto ao Supremo Tribunal Federal – STF.

 

UMA NOVA LEI

Mas o foco da questão é outro: se for declarada inconstitucional, a Lei da Escola Livre certamente será substituída por outra, excluindo-se, apenas, os itens condenados pelo Supremo.

 

QUEBRADO, FALIDO DA SILVA

O Brasil está quebrado, falido da silva. E a situação não se agravou mais ainda porque Temer assumiu as rédeas e o país consegue segurar investidores pagando as maiores taxas de juros do planeta. Estudiosos de economia acham que o Brasil levará cinco anos, no mínimo, para se reequilibrar economicamente. É a herança dos governos Lula e Dilma.

 

TRANSPARÊNCIA

Na calada da noite, na véspera de ser apeada do Planalto, Dilma tacou a caneta e assinou um monte de projetos que ampliaram gravemente o rombo orçamentário já então insanável.

 

ROMBO DESCOMUNAL

Depois de 10 dias de trabalho, o novo governo ainda não tem ideia do tamanho do déficit orçamentário. Dilma falou em R$ 96 bilhões, mas suspeita-se que baterá a casa dos R$ 200 bilhões.

 

É O TECIDO POLÍTICO ATUAL

São poucos, pouquíssimos, hoje, os congressistas sem pendência judicial. Dilma, por exemplo, tinha o apoio de muitos parlamentares denunciados. Começando pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa. Portanto, é exercício inútil criticar Temer por receber apoio de congressistas que, de uma forma ou de outra, estão em débito com a Justiça. Perda de tempo.

 

Primeira Edição © 2011