Cunha quer esticar calvário de Dilma na Câmara

05/02/2016 06:53

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Blog do Kennedy

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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), manteve a estratégia de esticar o calvário do governo Dilma no Congresso. É nesse contexto que deve ser entendida a afirmação de Cunha de que só instalará a comissão especial que analisará o impeachment da presidente depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) apreciar um recurso da Câmara sobre o tema.

Enquanto não votar o pedido de abertura de impeachment, esse assunto tende a atrasar a discussão de outros projetos importantes na Câmara. Assim, Cunha coloca lenha na fogueira da crise. Se a economia continuar piorando, o peemedebista acredita que a presidente poderá ser afastada do cargo.

O ministro do STF Marco Aurélio Mello criticou Cunha, dizendo que não cabem recursos enquanto não for publicada oficialmente a decisão do Supremo sobre o rito do impeachment, que foi tomada em dezembro.

Mas o ministro Roberto Barroso decidiu que o STF deve ouvir as manifestações do PC do B, da Presidência da República e do Senado a respeito dos argumentos da Câmara no recurso apresentado por Cunha. Em resumo, o recurso vai ganhando o tempo que Cunha acha conveniente para complicar a vida de Dilma.

O governo também quer evitar que Cunha impeça o funcionamento das demais comissões da Câmara.

O governo teme que as investigações contra o ex-presidente Lula gerem mais conflito no Congresso e bloqueiem a votação de projetos importantes.

O delegado federal Marlon Cajado confirmou oficialmente que o ex-presidente é investigado no âmbito da Operação Zelotes. Até agora, somente o Ministério Público paulista admitia investigá-lo. A Lava Jato o faz de modo informal.

Como Lula é o mais importante líder do PT e o principal aliado de Dilma, mais uma investigação contra ele amplia obstáculos que já existem para aprovar projetos econômicos.

O ex-presidente diz que é vítima de investigações abusivas e de ilações sem provas. A defesa de Lula acusou o delegado Cajado de atuar de forma ilegal.

Primeira Edição © 2011