Previna-se: vírus respiratórios circulam pelo ar durante o ano todo

27/04/2012 06:30

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Assessoria

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Tosse, dores de cabeça, febre, obstrução nasal (nariz entupido) e secreções nasais são alguns dos principais sintomas típicos de infecção por vírus respiratórios, agentes que circulam pelo ar durante o ano todo e representam perigo, especialmente pacientes oncológicos.

Esses agentes fazem parte de uma “família”, termo utilizado, pois, mesmo em suas diferentes formas de manifestação, provocam sintomas muito semelhantes (predominantemente no aparelho respiratório). Da extensa lista desses vilões, os mais conhecidos e frequentes são o parainfluenza, influenza (tipos A e B), rinovírus e adenovírus. Não muito atrás, estão os coronavírus, metapneumovírus, bocavírus e poliomavírus WU e KI. Os vírus da influenza são causadores da gripe, os demais, ocasionam resfriados.

De acordo com a infectologista do Serviço de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Amaral Carvalho (HAC), Clarisse Martins Machado, as pessoas estão sujeitas à infecção pelos vírus respiratório durante todo o ano. Na região sul e sudeste do Brasil, alguns apresentam circulação mais intensa no inverno (rinovírus e influenza), outros no outono (sincicial), além da primavera (metapneumovírus) e aqueles que não têm sazonalidade (adenovírus e parainfluenza). “Contudo, essa realidade pode ser diferente em outras regiões. No norte e nordeste, por exemplo, os vírus da influenza circulam no verão”, diz.

Baixa imunidade

A médica explica que, apesar de qualquer pessoa poder ser infectada, crianças, idosos e pacientes pós-transplante de medula óssea, em tratamento de câncer, AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), entre outros, por apresentarem baixa imunidade, são mais sensíveis às complicações dos vírus respiratórios.

Nos hospitais, esses microorganismos se espalham facilmente e podem causar surtos de infecção, o que representa risco de vida para os pacientes imunocomprometidos, conforme salienta a infectologista. “No HAC, como forma de dimensionamento e controle de infecções por esses vírus, todos os pacientes transplantados colhem exames para pesquisa realizada pelo Laboratório de Citoquímica da instituição. Temos uma incidência em torno de 25% dos pacientes, sendo os mais frequentes os vírus sincicial, parainfluenza e influenza”, afirma.

Clarisse conta que a maior preocupação da equipe do HAC é evitar que ocorra a transmissão intra-hospitalar, especialmente do vírus sincicial, que pode causar infecções graves nos primeiros dias do transplante de medula óssea.

Workshop

A recente pandemia de influenza H1N1, popularmente conhecida como gripe suína, em 2009, fez com que o mundo voltasse a atenção para a gravidade do vírus influenza e, por consequência, às taxas de mortalidade e medidas de controle da transmissão. Falar sobre a contaminação e prevenção de doenças causadas por vírus respiratórios é muito importante.

Tendo em vista a grande circulação desses agentes e a possibilidade de infecção dos pacientes, a equipe de infectologia do serviço de TMO do HAC preparou um workshop de vírus respiratórios para os colaboradores da instituição com o objetivo de conscientizar os pacientes, familiares e profissionais de saúde sobre a importância dessas infecções no paciente transplantado.

Nos dias 16 e 18 de abril, cerca de 50 pessoas, entre elas enfermeiros, pacientes, doadores e familiares dos pacientes transplantados, participaram de palestras sobre epidemiologia dos vírus respiratórios, higiene das mãos e vacinação contra influenza. “Foram apresentados dados de incidência, complicações e mortalidade das infecções por vírus respiratórios no Serviço de TMO do HAC, de 2008 a 2011 e dados de um estudo recente realizado no HAC com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que comprovou a importância da vacinação do doador contra influenza — antes da doação da célula tronco-hematopoiética. O estudo demonstrou também a importância da vacinação do receptor antes do transplante”, ressalta a médica.

Atividades como as do workshop, conhecidas como “Educação Continuada”, são essenciais para uniformizar o nível de informação de todos sobre o tema, de acordo com Clarisse. “Assim, conseguimos uma adesão maior às medidas de controle da transmissão dos vírus respiratórios, por todos que circulam pelo Hospital Amaral Carvalho: colaboradores, voluntários, pacientes e seus acompanhantes”, completa.
 

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