Restos mortais não identificados de vítimas do 11 de setembro foram incinerados e despejados em aterro sanitário

Os restos mortais não identificados de algumas vítimas dos atentados do 11 de setembro foram enviados para a morgue da base da Força Aérea em Dover (Delaware), onde foram incinerados e despejados num aterro sanitário, indica um relatório do Pentágono.

29/02/2012 05:36

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Sic Notícias

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Em comunicado, a Casa Branca declarou-se "profundamente preocupada" com as informações e "o tratamento inaceitável dos restos mortais em Dover".

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi informado dos resultados da investigação sobre o tratamento dado aos restos mortais no aterro daquela base militar e "apoia firmemente os esforços do Pentágono para colocar em marcha as alterações estruturais e sistémicas necessárias para garantir que este tipo de incidente não se repetirá nunca mais", explicou a Casa Branca.

Os Estados Unidos, acrescentou o comunicado, tem agora a "obrigação solene" de ocupar-se de maneira "respeituosa e profissional" dos militares desaparecidos e suas famílias e das vítimas dos atentados do 11 de setembro.

As informações sobre o paradeiro dos restos mortais foram reveladas precisamente na véspera da organização de um jantar oficial em honra dos veteranos de guerra no Iraque e Afeganistão, o primeira do mandado de Barack Obama.

O secretário da Defesa norte-americana, Leon Panetta, ordenou em novembro passado uma investigação à gestão da morgue militar de Dover, para onde seguem os cadáveres dos soldados mortos no Iraque e Afeganistão, depois de terem vindo a público informações do extravio e manipulação indevida de alguns restos mortais.

O relatório informa que alguns fragmentos dos restos mortais das vítimas do 11 de setembro - que pereceram no ataque contra o Pentágono e do avião que se despenhou no campo de Shanksville, na Pensilvânia -, que não puderam ser identificados, foram enviados num contentor para Dover, onde foram queimados e despejados.

O Pentágono reconheceu no ano passado, depois de uma investigação interna que extraviou partes de cadáveres em duas ocasiões em 2009 e que manipulou indevidamente outros sem consultar as respetivas famílias, pelo que Panetta ordenou a criação de um comité para analisar a gestão da morgue e emitir recomendações.

A investigação, dirigida pelo general retirado John Abizaid, não especificou o número de restos humanos das vítimas do 11 de setembro eliminados desta forma.

Segundo o relatório, são restos que não puderam ser identificados, porque eram demasiado pequenos ou estavam carbonizados, impossibilitando a realização de análises de ADN.  

Primeira Edição © 2011