RJ: com recurso negado, acusados de matar juíza vão a júri popular

Na mesma decisão, o juiz também negou a transferência dos acusados para outras cadeias, conforme pretendia a defesa

08/02/2012 15:49

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Agência Brasil

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Os 11 policiais militares acusados de envolvimento no assassinato da juíza Patrícia Acioli vão enfrentar o júri popular. A decisão foi reafirmada nesta terça-feira pelo juiz Peterson Barroso Simão, da 3ª Vara Criminal de Niterói (RJ), responsável pelo caso.

Simão não acatou os recursos da defesa dos policiais, que tentava evitar o julgamento dos militares pelo Tribunal do Júri. "O caminho jurídico decorreu do convencimento do juiz quanto à materialidade dos fatos e da existência de indícios de autoria, coautoria e participação dos denunciados no evento. Mantenho hígida saudável em todos os seus termos a decisão de pronúncia", destacou o magistrado no despacho publicado na página do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na internet.

Na mesma decisão, o juiz também negou a transferência dos acusados para outras cadeias, conforme pretendia a defesa, que alegou que eles estavam com problemas de saúde. "No momento, não autorizo transferência de preso para outras unidades. Supostas enfermidades devem ser examinadas pela direção da unidade prisional".

Juíza estava em "lista negra" de criminosos

A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

Investigações apontaram a participação de 11 policiais no crime. Todos respondem por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, mediante emboscada e com o objetivo de assegurar a impunidade do arsenal de crimes) e, a exceção de um, também são acusados de formação de quadrilha armada. Entre os indiciados está o tenente-coronel Cláudio Oliveira, que na época comandava o Batalhão da Polícia Militar de São Gonçalo, onde era lotado todo o grupo suspeito. No inquérito, ele é apontado como o mentor da execução.

Primeira Edição © 2011