Depois de críticas de nepotismo, Dilma tira irmão de ministro da presidência de estatal

10/01/2012 08:45

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A presidente Dilma Rousseff determinou a substituição de Clementino Coelho na presidência da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).

A estatal é vinculada ao Ministério da Integração Nacional, do ministro Fernando Bezerra Coelho, que é irmão de Clementino.

O novo presidente da Codevasf será Guilherme Almeida, que assume interinamente.
A decisão foi publicada na edição desta terça-feira (10) no Diário Oficial da União e chega depois de uma série de denúncias de suposto favorecimento por parte do ministro em favor de parentes e do Estado dele, Pernambuco, onde é pré-candidato à Prefeitura da capital, Recife.

Segundo a assessoria de comunicação da Codevasf, o Clementino Coelho continua na companhia no cargo de diretor da área de desenvolvimento integrado e infraestrutura.
Clementino ficou por cerca de um ano no cargo. Segundo a Casa Civil, o ministro Bezerra pediu, "há cerca de 50 dias, a nomeação de Guilherme Almeida para presidir a Codevasf".

Em nota, a Casa Civil afirmou que Clementino exercia provisoriamente o cargo de presidente por ser o membro mais antigo da diretoria da Codevasf.

Outro lado

Ontem, por meio de uma nota, Bezerra negou que tenha favorecido o filho, o deputado federal Fernando Coelho Filho (PSB-PE), na liberação de emendas e o irmão Clementino na indicação para a presidência da Codevasf.

Bezerra é, desde a semana passada, alvo de polêmicas sobre o beneficiamento na destinação de verbas contra as chuvas ao Estado dele, Pernambuco, onde é pré-candidato à prefeitura do Recife pelo PSB.

Levantamento da ONG Contas Abertas mostra que 95% da liberação de pagamentos assumidos no ano passado foram para Pernambuco. Na ocasião, o ministro falou que a aprovação dos projetos estaduais para receber verba federal teve critérios técnicos.

Já reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” de ontem mostra que Bezerra usou verba do município de Petrolina para comprar uma área por duas vezes, em 1996 e 2001, para abrigar um aterro sanitário, nos valores de R$ 90 mil e R$ 110 mil.

O dinheiro beneficiou o empresário José Brandão Ramos, primo do secretário de Agricultura de Pernambuco, Ranilson Ramos, filiado do PSB, partido de Bezerra.

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