Em 2011, o mercado de automóveis no Brasil ficou ainda mais competitivo. A enxurrada de veículos importados despejados no País, somando mais de 40 marcas, ao mesmo tempo em que aumentou a oferta de modelos disponíveis para o consumidor, acabou achatando a participação de alguns exemplares que já rodavam por aqui.

É o caso do Ford EcoSport que, no Brasil desde 2003, foi líder absoluto do segmento de utilitários esportivos até outubro de 2011, quando não tinha nenhum concorrente direto por aqui. Situação revertida com a chegada do Renault Duster que, por ter porte mais robusto, preço mais em conta (parte de R$ 50,9 mil) e, claro, o chamariz da novidade, acabou ultrapassando o exemplar da montadora do oval azul já no primeiro mês fechado de vendas – foram 3.876 unidades, contra 2.756 emplacamentos, respectivamente.

O fato é que a preocupação com esta desaceleração exigiu que a Ford arregaçasse as mangas. Neste caso, nada melhor que realizar a pré-apresentação do novo EcoSport. O evento aconteceu, simultaneamente, nas capitais do País (Brasília) e da Índia (Nova Déli).
Prometido para este ano (a marca não divulga a data certa, mas acredita-se ser ainda no primeiro semestre), o veículo é o primeiro produto global One Ford criado no Centro de Desenvolvimento do Produto da Ford América do Sul, que fica localizado no complexo industrial Ford Nordeste, em Camaçari, na Bahia, onde será produzido. O polo tem capacidade para montar 250 mil carros por ano (ou 912 por dia) e gera 8.800 empregos diretos e cerca de 90 mil indiretos.

INVESTIMENTO - Após um ano de baixa expansão em produção no Brasil, com crescimento em torno de 1%, a Ford acredita que é hora de investir e destinará mais de R$ 2,8 bilhões (dos R$ 4,5 bilhões investidos entre 2011 e 2015 no Brasil) para as produções de motores e veículos na região Nordeste. “Isso elevará a capacidade de produção para 300 mil veículos por ano, além de aprimorar processos de engenharia e manufatura”, disse Marcos de Oliveira, presidente da Ford Brasil e Mercosul, que não fala em números de produção e investimentos específicos do novo modelo, que será vendido em mais de 100 países e produzido também na Índia e na Tailândia.

Até hoje, mais de 700 mil unidades da primeira (e atual) geração do EcoSport deixaram as linhas de produção da marca.

O momento para fortalecer a competitividade não poderia ser melhor, uma vez que o governo decidiu incentivar o consumo de produtos locais, quando elevou o valor do Imposto sobre Produtos Industrializados para veículos importados, fazendo dos carros fabricados no Brasil um melhor negócio no momento da compra. “Com o novo produto, temos a oportunidade de rebater os asiáticos que estão chegando por aqui”, finaliza o presidente da montadora.