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Estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Borborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas. Foi colunista político e editorialista de O Jornal. Exerceu os seguintes cargos: Coordenador de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas, Delegado Regional do Ministério do Trabalho, Secretário de Imprensa da Prefeitura de Maceió e Secretário de Comunicação de Alagoas. Atualmente é editor-geral do PRIMEIRA EDIÇÃO.

Governo endurece e pune grevistas

30/07/2012 05:47

Na véspera do julgamento do mensalão – o esquema de compra de votos no Congresso Nacional durante a era Lula – o governo endurece o jogo com seus grevistas. Quem são? Professores federais e funcionários da Receita Federal, dentre outros, gente que, quando o PT fazia oposição, era vítima de ‘governantes despóticos’ que, só por ruindade, se negavam a conceder reajustes salariais.
Lula via a greve como um movimento sagrado, o grevista era um herói massacrado e o fura-greve, um verme desprezível. O que diria o mito petista, hoje, ao saber que o governo do PT inventou uma fórmula de furar as greves mandando substituir os servidores parados por ‘equivalentes’ de estados e municípios?
Seria interessante, especialmente interessante, ver e ouvir Lula, hoje, dando entrevista para dizer o que acha da decisão do governo de cortar o ponto (e os salários) dos massacrados professores que, com a remuneração congelada desde 2009, só viram na paralisação um legítimo e legal instrumento de pressão?
O que faz o governo petista ao se insurgir dessa forma contra os servidores grevistas? Afronta a Constituição Federal que assegura o direito de greve aos funcionários públicos. Não se está aqui fazendo defesa ou apologia da greve e muito menos do grevismo. Está-se, tão-somente, mostrando até onde um partido político, ontem na oposição e hoje no poder, pode ser contraditório e paradoxal.
E a CUT, como reage a Central Única, braço direito do PT? Não deveria ir às ruas, mobilizar a massa proletária sugada, ocupar a Praça dos Três Poderes e protestar contra a ‘tirania’ do Planalto?

SALÁRIOS DA ALE 1
Mesa da Assembleia Legislativa ainda não fixou data para divulgar os salários dos deputados e servidores, cumprindo o que determina a Lei de Acesso à Informação.

SALÁRIOS DA ALE 2
A grande curiosidade é para saber quanto ganham os assessores dos parlamentares (comissionados) com o reforço da robusta (e polêmica) Gratificação por Dedicação Exclusiva (GDE).

FONTAN É ÚNICO CANDIDATO DE SEU GRUPO
Na coligação liderada pelo PRTB, Aldo Amélio não é candidato a vereador e Henrique Manso está inelegível (rejeição de contas pelo TCU). Portanto, o candidato pra valer do grupo chama-se Arnaldo Fontan, ex-presidente da Câmara Municipal e atualmente único herdeiro político do velho guerreiro Audival Amélio.

COM VERBA PRÓPRIA
Depois de investir a bagatela de R$ 120 milhões na obra (recursos próprios do Estado), o governador Teotonio Vilela afinal marcou data para inaugurar a duplicação da AL-101-Sul: 22 de setembro.

COMITÊ TUCANO
O deputado Rui Palmeira reúne nesta segunda-feira grande número de aliados, eleitores e simpatizantes, na inauguração de seu comitê central de campanha, na Av. Fernandes Lima, perto do Banco Itaú.

QUANTOS VOTOS HELOÍSA HELENA TERÁ ESTE ANO?
Recordista de votos na eleição de 2008, Heloísa Helena não terá dificuldade para se reeleger vereadora, mesmo isolada no PSOL. Mas analistas avaliam que sua votação sofrerá uma queda considerável. Na bolsa de apostas, os mais otimistas falam em 15 mil votos, enquanto os menos confiantes prevêem cerca de 12 mil. Ou sejam, dentro dessa previsão – para mais ou para menos – não haverá espaço para eleição de mais um com sobra de legenda.

NA CONTRAMÃO
O IML de Maceió amanheceu a 5ª feira com apenas um corpo na geladeira: uma vítima fatal de queda. No mesmo dia, algumas emissoras de rádio asseguravam: ‘a violência continua em alta’.

FIM DA GRATUIDADE
Hiper Bompreço e Sam’s Clube de Mangabeiras jogaram a toalha: há duas semanas o estacionamento vizinho ao Maceió Shopping está cobrando aos clientes, isentando apenas os que efetuam compras.

DISCURSO ELEITOREIRO NÃO ATINGE PREFEITO CÍCERO ALMEIDA
Os candidatos que, pensando em atingir Ronaldo Lessa, criticam Cícero Almeida, fazendo ‘cobranças’, estão atirando no próprio pé. Cansado de discurso eleitoreiro, o maceioense sabe divisar entre o discurso eleitoreiro e a mensagem sincera. Cobranças deveriam ter sido feitas antes, aí sim, pensando no interesse público, e não agora, de forma oportunista, em cima da eleição. Como diz o secretário Francisco Araújo, “o prefeito Cícero Almeida tem de ser avaliado pelo que fez – que foi muito – e não pelo pouco que deixou de fazer por falta de condições”.

DIVISÃO NA OAB 1
Os aliados do grupo liderado por Omar Coelho cobram uma intervenção do presidente no sentido de superar a divisão do bloco em torno de uma candidatura que de fato uma a categoria.

DIVISÃO NA OAB 2
Marcelo Brabo ou Raquel Cabús – quem representa o grupo de Omar Coelho? Com dois candidatos da situação, não é preciso ser perito eleitoral para saber que a oposição é quem se fortalece.

TOM PROFÉTICO DO MESTRE SOARES
Mestre em Direito Eleitoral, o advogado Adriano Soares prevê decisões surpreendentes da Justiça Eleitoral, em Maceió, incluindo gente alcançável pela Ficha Limpa. “Isso – explica Soares – se a lei for aplicada, ao pé da letra, conforme a interpretação dada pelo STF.

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Doa em quem doer

27/07/2012 15:04


O julgamento do mensalão começa na quinta-feira, dois de agosto.
Os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal julgarão os 38 réus denunciados pelo esquema de compra de votos no Congresso Nacional.
Na era Lula houve inúmeros casos de corrupção, mas nenhum sequer chegou perto do mensalão, o pai dos escândalos.
O que vai acontecer? Serão condenados a penas variáveis, uns mais, outros menos.
Se essa turma fosse inocente, se não tivesse havido mensalão, o Supremo Tribunal não estaria com um processo para julgar.
O mensalão, em verdade, rebatizou o PT, mostrou a nova cara do partido que antes, enquanto oposição, se arrogava dono da ética e da moralidade.
Roberto Jefferson, o homem que denunciou o mensalão, diz que não aceita ser condenado. O seu caso, de fato, merece uma atenção especial.
Por que? Ora, foi ele quem denunciou o esquema. Não fosse pelo então deputado federal e presidente nacional do PTB, talvez nada tivesse vazado e, quem sabe, o esquema de compra de votos ainda vigorasse nos dias atuais.
No julgamento político, Jefferson foi cassado para compensar a perda do mandato de José Dirceu, apontado como mentor do mensalão.
Quem se saiu bem nessa história foi o Lula. Tentaram, mas ninguém conseguiu incluí-lo no processo do mensalão.
Até hoje Lula jura que não sabia de nada, mas custa crer que o presidente não soubesse o que se passava na casa Civil, um gabinete anexo ao seu gabinete.
O STF deve cumprir seu papel, aplicar o rigor da lei para fazer justiça em nome da moral pública brasileira.
Se o mensalão acabar em pizza, ninguém mais acreditará no Judiciário, e sem confiança no Judiciário virá a desordem civil, o descrédito total.
Mensalão, o pai dos escândalos, julgado no mês de agosto. Para os petistas supersticiosos, um deus nos acuda.
Justiça para os mensaleiros – doa em quem doer.

 

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A heresia de Mantega

23/07/2012 06:39

Somente a falta de compromisso com o Brasil poderia levar o ministro Guido Mantega a declarar que os gastos com educação poderão quebrar o país. Para ser leal ao governo, para retribuir a presidente Dilma, o ministro poderia dizer tudo – até que os mensaleiros são santos – mas não poderia, sob nenhum pretexto, responsabilizar a educação pela derrocada nacional.
A afirmação de Mantega não apenas agride a consciência dos brasileiros, como afronta a própria presidente Dilma, para quem assegurar educação de qualidade às crianças importa mais do que o crescimento do Produto Interno Bruto do País.
Triste do povo cujo governo trata o ensino com o desprezo de Mantega. Triste do povo cujo governo tem dinheiro para tudo, mas se diz ameaçado de falência, caso tenha de investir mais em instrução, de gastar com livros, alunos e professores.
Talvez Mantega não saiba, talvez saiba e finja não saber, mas povo nenhum se desenvolve sem educação. A ciência, as artes, a medicina, a tecnologia – todos os avanços humanos resultam do processo educativo. Até a politização, a preparação para entender mais a fundo a ação de governos populistas e assistencialistas. (Mas será que não reside precisamente aí a preocupação de Mantega e de seus parceiros com os recursos destinados à educação?).
Pena que o ministro da Fazenda tenha galgado posto tão relevante graças precisamente à oportunidade que lhe foi oferecida para estudar e se educar. O que acabou sendo uma lástima para o Brasil.

ESFORÇO DE MORAIS
Crítico ferrenho da violência no Estado, Jéferson Morais se esforça para ser visto como candidato independente, sem vínculo com o governo, que ainda não comemora a redução da criminalidade.

PALAVRA MÁGICA
Quase sem passado político e sem experiência executiva, o deputado federal Rui Palmeira aposta suas fichas na mobilização da juventude, confiante no poder mágico da palavra ‘renovação’.

TSE GARANTE SITUAÇÃO DE ALMEIDA
O mandato de Cícero Almeida nunca esteve tão seguro. Sua mudança de partido, do PP para o PEN – sem qualquer prejuízo – é assegurada por resolução do próprio Tribunal Superior Eleitoral. Mais: como o PEN não se coligou com ninguém, seus filiados, incluindo Almeida, claro, estão livres para apoiar os candidatos a prefeito de suas preferências.

TRÊS VEZES SETE
Os vereadores que tentam a todo custo aumentar o número de vagas na Câmara vão ter que rebolar para conquistar a reeleição. É cada vez mais sólida a decisão do TJ de manter a Casa com 21 cadeiras.

IMPASSE TELEFÔNICO
As ações da TIM despencaram na Bolsa paulista depois que a Anatel suspendeu a venda de chips da telefônica. Resultado: não acaba com as queixas dos usuários e ainda causa prejuízo aos acionistas.

CANDIDATURA DE FONTAN PREOCUPA CONCORRÊNCIA
Tem candidato a vereador preocupado com a presença de Arnaldo Fontan, na disputa. Mas o ex-presidente da Câmara levou na esportiva o boato de que teria desistido. “Minha candidatura – trombeteou Fontan – está mais firme que o Pão de Açúcar do Rio de Janeiro”. Na bolsa de apostas, Arnaldo Fontan é visto como um dos prováveis vitoriosos nas urnas de outubro vindouro.

PRATO INDIGESTO 1
A Rede Globo ganhou Ibope, mas perdeu credibilidade. A entrevista de Rosane Malta não passou de prato requentado, indigesto para quem – ante o anúncio ruidoso de uma ‘bomba’ – esperava ingredientes novos.

PRATO INDIGESTO 2
A cozinha global sequer acionou gás para acender o forno. Preferiu um vapt-vupt de microondas. No final; tríplice derrota: a Globo perdeu seriedade; o telespectador perdeu tempo e Rosane perdeu a chance de ficar quieta.

APÓS VENCER AS FERAS DA ASSEMBLEIA...
Depois de enfrentar – e vencer – as feras da Assembleia, Ernandi Malta está em campo para enfrentar as feras do parque municipal. Candidato a vereador pelo PSDC, o sindicalista que paralisou a ALE com uma greve histórica e conquistou o Plano de Cargos dos servidores do Legislativo, quer levar sua coragem cívica para a Câmara de Maceió, hoje um alvo de críticas generalizadas da população maceioense.

FRIEZA DE VILELA
Téo Vilela é conhecido por sua frieza em campanhas eleitorais. Em relação à violência – que apavora as forças da situação – o governador age com a certeza de que ela cederá até outubro.

COISA DE MANDRAKE
Sob a influência do estilo Lula, ainda há petistas se esforçando para desqualificar o mensalão. Esforço inútil, entretanto. É como tentar ‘provar’ que a República brasileira nunca foi proclamada.

CHURRASCO REUNIRÁ ASSOCIADOS DO STPLAL
Os servidores (somente os associados ao sindicato) do Poder Legislativo estadual estão sendo convidados pelo presidente interino, Luciano Vieira, para um churrasco comemorativo ao Dia dos Pais. Será no sábado, 11 de agosto, das 10h às 16h, no clube social do STPLAL (logo após a ponte Divaldo Suruagy).

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Veto ao estaleiro afronta a Constituição

17/07/2012 10:17

Enquanto se mobilizam para resgatar o projeto do estaleiro em Coruripe (ameaçado de ir a pique por decisão descabida do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), as lideranças políticas do Estado deveriam apurar a origem de todo esse imbróglio extremamente nocivo aos interesses de Alagoas: por que coube ao Ibama nacional a atribuição de conceder ou não a licença ambiental?
A questão tem tudo a ver porque (para citar o exemplo mais próximo) Pernambuco já ganhou três estaleiros – o Construcap, o Promar e o Atlântico Sul, este um gigante maior que o Eisa – e todos eles foram licenciados pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, espécie de IMA do vizinho estado.
Os três projetos pernambucanos causaram enorme degradação ambiental, atingindo centenas de hectares de mangues, e nem por isso tiveram licença ambiental negada. O Promar, por sinal, iria para o Ceará, mas a Prefeitura de Fortaleza não quis, exatamente pelos danos ambientais. E em Pernambuco, vale lembrar, a questão ambiental foi tratada com o maior rigor, inclusive com intervenção do Ministério Público Estadual exigindo o que, por direito e dever, lhe cabia exigir: a restauração de 210 hectares (em regime deficitário) de área devastada no Complexo Naval de Suape.
Bem entendido: lá, quem entrou em ação foi o Ministério Público Estadual, aqui, o Ministério Público Federal. Por que? Levada a questão para o Ibama nacional, deu no que deu. Primeiro, aquela história de que o estaleiro produziria a favelização do Pontal de Coruripe (o que, pela lógica mais primária, deveria ocorrer nas cercanias de todos os estaleiros); depois, o próprio órgão libera uma licença prévia, permitindo a assinatura de contratos (encomenda de cinco navios-sonda ) com a Petrobrás. Ou seja, autorizou os contratos e depois decretou: tudo nulo; por último, informações postas na internet sinalizando para a liberação da licença.
Nessa história, o Ibama aparece com duas caras: o zelo extremo pelos manguezais alagoanos, e o mais completo desprezo pelos mangues pernambucanos. Como? A missão do Ibama não é defender o meio ambiente? Então, só por isso, lhe competia fazer um estudo e denunciar a destruição do ecossistema em Suape. Exatamente. Porque, ao saber que os estaleiros liberados estavam devastando vasta área de vegetação característica do solo litorâneo, o Instituto tinha a obrigação de reagir, de se manifestar, de denunciar. No entanto, em vez disso, preferiu silenciar.
Ora, então, o que importa aos zelosos técnicos do Instituto, uma pequena área de mangue num diminuto e esquecido estado do arrasado Nordeste, se esses mesmos técnicos, cientes de tudo, não deram a mínima para a mega devastação em Pernambuco?
Por tudo isso, vale insistir em um ponto: esse parecer negativo do Ibama pode e deve ser derrubado no Supremo Tribunal Federal. É matéria constitucional porque envolve a quebra de um dos fundamentos da democracia inserto na Constituição Federal: a igualdade de direitos. É, para dizer o mínimo, odioso e repulsivo negar a Alagoas o que se oferece em dobro a outros estados. O Ceará perdeu o Promar porque não quis recebê-lo.Não é o caso do Eisa em Alagoas.

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Excesso de restrições acabou com a campanha eleitoral

14/07/2012 16:05

A corrupção eleitoral – hoje concentrada no inevitável comércio do voto – persiste com as eleições cada vez mais mercantilizadas, enquanto, por excesso de restrições, a campanha eleitoral deixou de existir. Na atual democracia brasileira, exatamente por força das medidas restritivas legais, as eleições transcorrem sem campanhas.
Com o fim dos comícios – grandes concentrações populares que os candidatos reuniam em praça pública – surgiram os showmícios, mobilizando a massa ao som de trios elétricos, principalmente na orla marítima, onde os candidatos distribuíam panfletos, jornais de campanha, santinhos – e se comunicavam com os eleitores.
Mas os showmícios, vistos como exibição de poder econômico, também foram proibidos dando lugar às caminhadas pelos bairros, animadas por bandas de música. Resultado: suprimiram a música e o passeio, reunindo candidatos e eleitores, também deixou de existir.
A legislação expurgou ainda a distribuição de brindes e camisetas com propaganda dos candidatos. Restou o Guia Eleitoral, no rádio e televisão, último espaço reservado a mensagens e debates entre os candidatos. Dura 45 dias e tudo que se apresenta ali é artificial.
O comício, não. Deixava o candidato a nu, falando de improviso, encarando o eleitor. A TV exibe vídeos produzidos, sofisticados, que transformam demônios em santos. E enganam o eleitor menos atento. Alguma naturalidade só nos debates que, infelizmente, rendem pouco, quase sempre descambam para troca de agressões.
É isso aí – democracia com eleições, sem campanha eleitoral. E o mais grave: o dinheiro que se gastava com a campanha tradicional, vai sendo usado para comprar voto – e mandato – sem cerimônia.

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Primeira Edição © 2011