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Estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Borborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas. Foi colunista político e editorialista de O Jornal. Exerceu os seguintes cargos: Coordenador de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas, Delegado Regional do Ministério do Trabalho, Secretário de Imprensa da Prefeitura de Maceió e Secretário de Comunicação de Alagoas. Atualmente é editor-geral do PRIMEIRA EDIÇÃO.

A opção do eleitorado

15/10/2012 10:02

O que houve em Maceió, domingo, foi um simples rodízio político. Rui Palmeira interrompeu o domínio do grupo que celebrou a vitória de Cícero Almeida, em 2004, do mesmo modo que o atual prefeito impediu a continuidade do que bloco que, em 1996, levou Kátia Born à Prefeitura de Maceió.
O eleitor queria mudar e entendeu que Rui Palmeira encarnava o personagem talhado para cometer a mudança. Os nomes possíveis de chegar lá tinham limitações: Jéferson Morais pareceria uma continuação de Almeida, enquanto Galba Novais carregava o peso do desgaste provocado pelos desmandos na Câmara.
Os demais candidatos, todos com boa origem e bom perfil, não tinham cacife para liderar um processo desse porte. Iniciado o jogo, o eleitor percebeu que apenas Rui tinha potencial para peitar Ronaldo Lessa, até então visto como um postulante imbatível.
A depender de seu desempenho, Rui poderá repetir o mandato como o fez Cícero Almeida. Mas não será fácil, daqui a 8 anos, emplacar alguém que represente ser seu continuador. Isso porque a alternância tem sido a regra na maioria dos municípios brasileiros, sobretudo porque os eleitores novos que vão surgindo tendem sempre a buscar algo novo, o mais próximo possível de sua geração.
Lessa era um bom candidato (à parte suas pendengas com a Justiça), tinha experiência e carisma, mas entrou em campo numa hora errada. Hoje, dá para compreender que, para o eleitor, ele não se lançou com um projeto para Maceió. Entrou com a ideia precípua de sair da incomoda reserva política. O eleitor lhe disse não.

PALANQUE DESARMADO 1
Rui Palmeira já exibe um diferencial: desceu do palanque no dia seguinte à eleição. Ao contrário de políticos carreiristas que, passado o pleito, ficam remoendo assuntos superados da campanha.

PALANQUE DESARMADO 2
Em suas últimas declarações aos jornalistas, o prefeito eleito tem sido realista ao afirmar que há desafios em Maceió, como os da saúde e trânsito, que só serão superados a médio e longo prazo.

O FATOR CORREIA NA DECISÃO EM ARAPIRACA
Célia Rocha, prefeita eleita de Arapiraca, deve em parte sua vitória ao candidato Alves Correia. O avanço de Rogério Teófilo na reta final da campanha só não foi suficiente para ultrapassar a deputada porque parte do eleitorado se manteve fiel a Correia até o fim. Mesmo assim, a disputa final acabou sendo dramática.

MAIS QUE O MENSALÃO
É evidente, muito mais do que o mensalão, que a maioria dos vereadores (eleitos e reeleitos) em Maceió não teria conseguido ‘sucesso’ nestas eleições, sem o ‘respaldo’ da compra de voto.

VOTO EXTINTO
Se o voto de opinião ainda existisse, quem seria seu principal beneficiário na eleição para vereador? Sem dúvida, pela altíssima qualificação e integridade moral, o advogado José Costa.

PLANO MUDOU O FOCO DA CAMPANHA EM MACEIÓ
Téo Vilela guardou distância da sucessão em Maceió, mas foi sua a iniciativa que mudou o discurso da campanha a favor de Rui: ao trazer o governo federal para implantar o plano ‘Brasil Mais Seguro’, o governador conseguiu conter a escalada da violência. Tanto que o tema mais explorado pelos candidatos não foi o da criminalidade em alta, mas o da dramática situação da saúde pública.

NEM IZAC DA CUT
Está mais do que provado que voto sindical não elege ninguém – ao menos aqui em Maceió. Se elegesse, o principal sindicalista do Estado, Izac Jackson, presidente da CUT, seria hoje vereador.

A MELHOR OPÇÃO
O passo correto de Alexandre Toledo é: assumir o mandato de deputado federal (no lugar de Rui), licenciar-se e voltar ao comando da Secretaria de Saúde. Secretário de estado é outra coisa.

O QUE É DISPUTAR A VEREANÇA EM MACEIÓ
Divaldo Suruagy dizia: é mais fácil chegar ao governo de Alagoas do que à Câmara de Maceió. Pois bem, ele próprio, governador, não elegeu o primo Roberto Suruagy (Suruca); o senador Renan Calheiros não elegeu o irmão Robson e, agora, Benedito de Lira, senador, não elegeu o sobrinho César Lira.

O ÍDOLO DE PIRANHAS
Numa eleição em que abundaram os candidatos médicos, o grande campeão foi o Dr. Dante, prefeito eleito que implodiu o poderio político de Washington Luiz na histórica Piranhas.

IMAGEM DESFEITA
O mensalão, reconhecido e julgado pelo Supremo Tribunal, abalou a imagem de Lula aqui e no exterior. A ponto de muita gente apostar como, hoje, Obama não chamaria o petista de ‘o cara’.

ENTRA COMUNICADFOR, SAI COMUNICADOR
Os votos destinados a radialistas e apresentadores de TV só garantem um mandato na Câmara. Saiu Cícero Almeida, entrou Oscar Melo. Entrou Wilson Júnior, saiu Oscar. Quando Oscar se lançou candidato pela primeira vez, Gernan Lopes tentou, mas foi derrotado. Os votos destinados ao pessoal da comunicação giram em torno de 20 mil os quais, fragmentados, só dão para um mandato.

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O último bastião da corrupção

08/10/2012 05:50

O processo eleitoral brasileiro evoluiu muito nos últimos tempos, com a adoção de medidas que, a pouco e pouco, foram eliminando os mecanismos de corrupção. Para isso, contribuiu muito o advento da urna eletrônica que, ao reduzir sensivelmente o tempo de totalização dos votos, impediu que estes fossem manipulados, na hora do transporte e no momento da contagem.
Para tornar o processo mais límpido e transparente, nasceu a Ficha Limpa, um projeto de iniciativa popular transformado em lei pelo Congresso Nacional. Difícil estimar quantos corruptos – criminosos, ladrões, ímprobos, pilantras em geral – desistiram de concorrer cientes de que seriam barrados pela nova legislação.
Restou, entretanto, como tumor maligno quase impossível de ser extirpado, o comércio do voto. Quase impossível porque clandestino, operado nos porões do processo eleitoral. E o mais grave, com a conivência criminosa do próprio eleitor. Como evitar que alguém venda o voto no anonimato, em transação silente, em lugares desconhecidos, fora do alcance da fiscalização?
Pois é precisamente a compra do voto que continua deformando o sistema eleitoral, impedindo que a eleição seja uma disputa e limpa. E não será a lei, nem a atuação cívica de entidades como a OAB e o MCCE, que inibirá a compra do voto. O antídoto é único: educação. Eduque-se o povo e ele se imunizará contra o vírus da corrupção e se aliará aos que querem uma democracia sem safadeza. Venda de voto não é fraqueza material, é fraqueza da ignorância.

VOTO COMPRADO
O voto para vereador em Maceió esteve cotado a R% 50, R$ 80 e R$ 100. Quem tentou cooptar oferecendo R$ 30 foi desdenhado. Mas teve eleitor que recebeu R$ 90 em três parcelas de R$ 30.

VOTO LOTÉRICO
O comércio do voto se ampliou de tal modo que a segurança foi pro espaço. Um mesmo eleitor recebia dinheiro de três, quatro candidatos. No final, não sabia em quem votar. Virou loteria.

ELEIÇÃO DE BELTRÃO RENDE MANDATO A PAULÃO
A vitória do deputado federal Joaquim Beltrão, em Coruripe, garante a ida do ex-deputado estadual Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, para a Câmara Federal. PT, de Paulão, e PMDB, de Beltrão, se coligaram nas eleições de 2010. Como primeiro suplente, o petista assume a vaga do peemedebista pelos próximos dois anos.

BARBOSA NELES
Vivendo a pior crise moral da história, o Brasil poderá mudar de rumo nesta quarta-feira (9), se for confirmada a eleição do ministro Joaquim Barbosa para a presidência do Supremo Tribunal Federal.

RUI SE PREPAROU
Ao contrário do que muitos supõem, Rui não surgiu de repente como candidato em Maceió. Seu projeto foi planejado e há mais de um ano e meio ele visitava os bairros, se popularizando.

LÚCIDA DECISÃO DO PRESIDENTE DO TJ-AL
A decisão do presidente do Tribunal de Justiça, Sebastião Costa Filho, de revogar o decreto de falência das usinas do Grupo João Lyra, foi equilibrada, justa e oportuna. A conversão da recuperação judicial em falência não resolveria a crise financeira do Grupo, por um lado, e ainda aceleraria a perda de credibilidade nas empresas atingidas, por outro. O desembargador-presidente, portanto, agiu com lucidez e com a urgência que a situação exigia.

BASTIDORES 1
Collor não disputou a Prefeitura por solidariedade a Ronaldo. Quando o registro de Lessa foi negado, muitos aliados incentivaram o senador, mas ele preferiu apoiar o pedetista até o fim.

BASTIDORES 2
Todos sabiam que a negativa do registro detonaria a campanha de Lessa, erodindo o ânimo de sua tropa. Mas nenhum líder do Chapão ousou defender a substituição do ex-governador.

CÍCERO ALMEIDA E OS FUTURÓLOGOS
Alguns especialistas em eleições já arriscam um prognóstico: daqui a quatro anos, se resolver sair candidato a prefeito de Maceió, Cícero Almeida se elegerá sem fazer campanha. Afirmam que o conjunto da obra executada em dois mandatos seguidos projeta Almeida como o prefeito que mais assinou ordens de serviço na história política da capital.

SEM ENVOLVIMENTO
Teotonio Vilela agiu como magistrado ao longo do processo eleitoral em Maceió. Não interveio, não participou da campanha e ainda teve de suportar todo tipo de estocada da oposição.

MANDATO CURTO
O Congresso Nacional bem que poderia ampliar o mandato de prefeito para seis anos, acabando com o instituto da reeleição. Impossível fazer um bom governo em apenas quatro anos.

CONCURSOS COM DATAS COINCIDENTES
O edital do concurso público para membros da Procuradoria Geral do Município de Maceió (PGM) anuncia datas coincidentes com o concurso do Ministério Público Estadual (MPE). Uma alteração no calendário da PGM seria providencial para permitir que os interessados possam participar dos dois certames.

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Jurandir Bóia substitui Lessa, que critica Justiça Eleitoral

05/10/2012 13:39

O médico Jurandir Bóia, ex-deputado federal, é o novo candidato da Coligação Maceió Cada Vez Melhor. A um dia da eleição, ele substitui Ronaldo Lessa, que teve negado seu pedido de registro de candidatura pela Justiça Eleitoral.
Jurandir Bóia terá como vice o deputado estadual Ronaldo Medeiros, do PT, já que o candidato a vice de Lessa, Mart Amaral, do PMDB, desistiu de participar do processo.
Ao anunciar a nova chapa em entrevista à imprensa na tarde desta sexta-feira, Ronaldo Lessa criticou a Justiça Eleitoral afirmando que o TSE é um Tribunal de políticos, que age mais politicamente do que os próprios políticos.
O ex-governador lembrou que o seu recurso passou 36 dias no TSE à espera de julgamento, enquanto, nesse período, outras ações do interior foram julgadas. “Eles estão agindo politicamente, mas do que os próprios políticos”, disse.
Lessa, Jurandir Bóia e Ronaldo Lessa anunciaram que vão fazer tudo que a legislação ainda permite: “Vamos fazer carreatas e caminhadas. Neste sábado vamos fazer uma grande carreata na orla marítima”, disseram.
Durante a tarde surgiram boatos de que o novo candidato seria o senador Fernando Collor, mas foram apenas boatos.

Em nota, PMDB informa saída de Mosart Amaral
 

Eis a íntegra da nota divulgada na tarde desta sexta-feira pela direção do PMDB:

NOTA PÚBLICA

Em face da decisão do TSE nesta quinta-feira o PMDB informa que o partido não indicará nomes para disputar a prefeitura de Maceió a dois dias do pleito municipal;
O ex-secretário Mosart Amaral era pré-candidato do PMDB a prefeitura de Maceió e abriu mão da pretensão em nome da formação de uma ampla coligação de 9 partidos encabeçada pelo ex-governador Ronaldo Lessa;
Mosart Amaral, como Secretário de Infraestrutura, foi um dos melhores auxiliares da administração do prefeito Cícero Almeida, que concluirá seu mandato de maneira honrosa e com uma das melhores avaliações de todo o país;
Foi neste cenário que o PMDB articulou a frente e concordou com a indicação de um dos melhores de seus quadros para ser o vice-candidato a prefeitura de Maceió. Desfeita a atual circunstância, Mosart Amaral também declina da candidatura a vice prefeitura;
O PMDB reafirma o firme compromisso de apoiar e continuar se empenhando na defesa dos nomes que forem escolhidos entre os partidos da coligação Maceió Cada Vez Melhor.

Maceió, 5 de outubro de 2012

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Lessa está fora? O que farão os eleitores de Lessa?

05/10/2012 05:15


Com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que neste quinta-feira à noite manteve Ronaldo Lessa sem registro de candidatura, o Chapão deve substituir o ex-governador pelo candidato a vice Mosart Amaral, colocando outro nome da coligação como vice.

A decisão, entretanto, será anunciada nas próximas horas.

O grupo de Lessa pode recorrer, entrar com medida cautelar no próprio TSE e no Supremo Tribunal Federal, mas como a decisão não sairia imediatamente, os votos a ele atribuídos ficariam ‘engavetados’.

É possível que, mesmo entrando com recurso, o Chapão opere a troca de Lessa por Mosart, porque assim o eleitorado fiel ao ex-governador votaria com segurança.

Trocando de candidato ou não, a foto e o nome de Ronaldo Lessa é o que constarão na urna eletrônica.

Assim, os eleitores votarão em Mosart olhando para a foto e o nome de Ronaldo Lessa.
Uma situação dessas foi vista na eleição municipal de 2004, quando Cícera Pereira, conhecida como Cícera do Bar, na véspera do pleito substituiu Fátima Pedrosa, que teve sua candidatura impugnada. Muita gente votou em Cícera, pensando estar votando em Fátima. Cícera se elegeu.

Como não há mais campanha pelos meios de comunicação e carros de som, um trabalho de corpo-a-corpo será feito para explicar aos eleitores a nova situação do Chapão.

Tomada na undécima hora, já depois de encerrada a propaganda eleitoral no rádio e na televisão, a decisão do TSE deixou Lessa “sem registro e sem voz’, como disse um aliado da coligação ‘Maceió cada vez melhor’.

Diante de todo esse imbróglio, o grande beneficiário é o tucano Rui Palmeira, que continua absoluto nas pesquisas e deve ganhar a eleição já neste domingo, sem segundo turno.

                                                                             *****

O advogado Marcelo Brabo Magalhães disse há pouco que está entrando com remédio jurídico no TSE e STF para garantir a candidatura de Lessa, mas observou que a decisão política (Ronaldo permanece ou não) será do próprio Lessa juntamente com os aliados do Chapão.

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Termina a propaganda eleitoral

04/10/2012 11:28

Termina nesta quinta-feira (4/10) a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. Nos últimos 45 dias, candidatos a prefeito, a vice-prefeito e a vereador puderam divulgar suas plataformas de campanha visando a conquistar o voto do eleitorado do seu município. Com o fim do horário político, as emissoras de rádio e TV poderão voltar a exibir sua programação normal.

O Guia Eleitoral desta quinta-feira foi apenas para os candidatos a vereador. O de prefeito foi exibido pela última vez nesta quarta-feira 3.

Nas cidades com mais de 200 mil eleitores onde nenhum dos candidatos conseguir a maioria dos votos e for necessária a realização de segundo turno, a propagando eleitoral no rádio e na televisão voltará a ser exibida a partir do dia 13 de outubro, com término no dia 26.

Em Alagoas, a única hipótese de segundo turno reside em Maceió.

De acordo com o calendário eleitoral, hoje também é o último dia para a realização de comícios e propaganda política com reuniões públicas e a utilização de aparelhagem de sonorização fixa entre as 8h e as 24 horas. Do mesmo modo, só até hoje poderá ser realizado debate entre candidatos. A legislação prevê, contudo, que se o debate for iniciado hoje, poderá se estender até as 7h de amanhã.

Pelo cronograma das eleições, hoje é o prazo final para que o juiz eleitoral envie ao presidente da mesa receptora o material destinado à votação. Os partidos políticos ou coligações têm até o fim do dia para indicar o nome das pessoas autorizadas a expedir as credenciais dos fiscais e delegados habilitados a acompanhar os trabalhos de votação.

Nesta sexta-feira (5/10) será o último dia para a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na internet do jornal impresso, de propaganda eleitoral. Pelo calendário, amanhã será o prazo final para que o presidente da mesa receptora que não tiver recebido o material destinado à votação solicite o envio.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca de 140 milhões de pessoas deverão ir às urnas no próximo domingo (7/10). Apenas no Distrito Federal - que elege governador e deputados, como os estados - e em Fernando de Noronha (PE) - distrito de Pernambuco, sem autonomia administrativa - não haverá eleição. Além disso, os brasileiros que vivem no exterior também não participarão do pleito, porque votam apenas para escolher o presidente da República. (Com Agência Brasil)
 

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