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Bacharel em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL); formação acadêmica em Filosofia (FJP/RJ) e Teologia (PUC/RJ), e mestrado em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB/MS); Dourando Université Stendhal Grenoble 3 (França) e Pontifícia Universidade Católica (PUC - Minas). Membro do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e professor Titular do Centro Universitário Cesmac. Tem experiência profissional nas áreas de Comunicação Social, Antropologia, Assessoria Parlamentar e Teoria Política.

BRASIL ENTRE RETROCESSOS E AVANÇOS

13/11/2014 10:35

BRASIL ENTRE RETROCESSOS E AVANÇOS Jorge Vieira – Jornalista O Brasil, país jovem, avança firmemente, entre tropeços e pancadas, em sua democracia social e política interna, conquistando o respeito das principais economias em nível internacional e efetivando-se como líder na geopolítica latino americana. Entretanto, apesar de avanços significativos, setores conservadores e burgueses da sociedade constroem e destilam preconceitos, discriminação e arrogância com o surgimento de novos atores políticos e sociais, em nível nacional e regional. Na última década, o país foi retirado do mapa da fome pela ONU, resultado de milhões de pessoas poderem ter acesso a bens necessários para minimamente viver com dignidade; investiu na produção, geração de emprego e distribuição de renda; abriu vagas para cerca de oito milhões de jovens em cursos técnicos; construiu mais de quatro centenas de escolas técnicas, mais campus universitário e novas universidades públicas. Infelizmente, parcelas da classe média e alta insatisfeitas com as conquistas adquiridas pela maioria da população, principalmente nas regiões secularmente marginalizadas e excluídas pelas políticas públicas de Estado, promovem preconceitos e ódio, aparentemente erradicados do cenário nacional, contra partidos de esquerda, defensores dos direitos humanos, minorias e nordestinos, contrariando todos os princípios constitucionais, como o da dignidade da pessoa, do respeito à igualdade e à justiça social. E, em nível do ordenamento jurídico, em nome da liberdade de expressão, inconformados com a derrota nas urnas, contrariam todos os princípios democráticos, defendendo o impeachment da presidenta eleita democraticamente e a intervenção militar. E para penalizar mais ainda a democracia, esses segmentos encontram eco na Suprema Corte do país, felizmente insignificante dentro do colegiado. Entretanto, no campo eleitoral, destacam-se os fatos de, pela primeira vez na história o país, acontecem sete eleições consecutivas dentro de plena tranquilidade e normalidade institucional; e, também, emergiram, com clareza política e doutrinária, quatro modelos de projetos políticos: Direita, Centro-Direita, Centro-Esquerda e Esquerda. A realidade está posta. Por um lado, na esfera do poder Executivo, os governadores eleitos têm a tarefa de resolver problemas ainda gravíssimos nas áreas de educação, saúde e violência; enquanto que, para a presidenta Dilma Rousseff, reconduzida ao cargo para mais um novo mandato, em parceria com os mandatários estaduais, cabe aprofundar e ampliar as reformas sociais, econômicas e políticas, promovendo a transparência de forma radical na administração dos recursos públicos e nos meios de comunicação. O novo Congresso, para além dos interesses de grupos e setores secularmente privilegiados, recai o compromisso de conduzir reformas profundas nos campos, principalmente, político e tributário. Ao contrário do que o senso comum e setores derrotados eleitoralmente insistem em propagar, considera-se que a democracia saiu mais fortalecida. Cabe, agora, à população brasileira, aos setores organizados e populares da sociedade, de forma inadiável, retomar a participação social e intervir efetivamente nas decisões políticas da nação.
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Marina Silva: A máscara caiu!

23/10/2014 07:57

 

A ex-senadora petista acreana, ex-católica das Comunidades e Eclesiais de Base (CEB’s), ex-ministra do meio Ambiente durante o governo Lula, ex-candidata à presidência do Brasil pelo Partido Verde (PV), a ex-PV Marina Silva se movimenta desde o final da contabilização dos 20 milhões de votos de 2010, na perspectiva de lançar-se candidata à reeleição da presidenta Dilma Rousseff, em 2014. Pela legislação brasileira, o candidato (a) precisa se filiar a um partido político. Com alguns militantes intitulados Movimento por uma Nova Política, reuniu, segundo seus organizadores, cerca de 350 pessoas com o intuito de mobilização para criação de um novo partido.

A movimentação de Marina Silva e de seus seguidores em torno da discussão política é louvável e salutar para a democracia. Quiçá, cada membro da sociedade brasileira pudesse fazer o mesmo! Basta observar a despolitização que ocorre nos meios acadêmicos, religiosos e, por incrível que pareça, também nos partidos políticos. Visto que a crise da sociedade moderna afastou a maioria da população do debate político, prejudicando a participação de grandes segmentos na discussão dos seus destinos.

Via-se no cenário que não tinha nada de novo nos atores e personagens em função da criação de mais uma sigla partidária. A discussão já nascia totalmente prejudicada e limitada. O que se lê no título, na realidade, nada de novo se percebe nos atores, espaço e conteúdo.

A criação de uma sigla para simplesmente acomodar uma candidatura à presidência da República e personalidades é uma prática antiga e permanente na política brasileira. Junto a isso, a trajetória política da pré-candidata não recomenda o dito na bandeira do movimento. Sua militância petista orgânica, foi sempre aliada aos grupos mais alinhados à social democracia, ou seja, à reforma do capitalismo. Diga-se de passágemel, a bandeira do desenvolvimento sustentável é um tema de imensa aceitação, extremamente palatável e desejável pelos principais agentes do capital internacional, multinacionais e grandes empresas nacionais.

Na formação social, o espaço é um elemento importante do ponto de vista político, traz consigo várias dimensões e significados. Dentre outros, o lugar social reflete os interesses e as composições políticas. Contraditoriamente, o movimento já nasceu e apresentou-se limitado institucionalmente, sem representação social sólida, político e ideologicamente. Obedecendo a esses critérios, a composição até então apresentada, refletia um movimento de cunho mobilizatório e não com base sólida e em condições de apresentar-se efetivamente como um novo partido. Até agora foi mais uma sigla que, mais uma vez, agregou variados setores insatisfeitos, oriundos da esquerda, de liberais e de alternativos.

Obviamente, na conjuntura brasileira, apesar das críticas e insatisfação de setores de direita e de centro, não há base social suficiente para a construção de uma alternativa política ao atual modelo em curso no país. O que é defendido como alternativo e novo já é bandeira antiga e, até, ultrapassada conceitualmente.

Finalmente Marina Silva não conseguiu o registro legal da Rede, sigle simbolicamente significativa! Pulou para o PSB, acomodou-se como vice do presidenciável Eduardo Campo. Inesperadamente, com o acidente fatal do candidato, tornou-se candidata. Com a comoção alimentada pela mídia, subiu nas pesquisas, caindo abruptamente no final da campanha, deixando o tucano Aécio Neves na disputa do segundo turno das eleições 2014.

Como se observa, nada de novo se apresenta na vida mutante de Marina Silva: deixa o discurso da nova política e assume a mais velha política do capitalismo clássico, o liberalismo econômico de Adam Smith, caracterizada modernamente de NEOLIBERALISMO!

 

Jorge Vieira – Jornalista

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